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Nº 5759
Cidades

Biodiversidade atrai cientistas de todo o mundo

No começo, Anita Studer só tinha a cara, a coragem e a solidão. Passou cinco anos morando numa barraca de camping, no entorno da Pedra Talhada. Também passava dias, entocada mata adentro, para observar e fotografar pássaros. A década de 1980 foi difícil.

Por | Edição do dia 07/06/2015 - Matéria atualizada em 07/06/2015 às 00h00

No começo, Anita Studer só tinha a cara, a coragem e a solidão. Passou cinco anos morando numa barraca de camping, no entorno da Pedra Talhada. Também passava dias, entocada mata adentro, para observar e fotografar pássaros. A década de 1980 foi difícil. Fazia pesquisas, descobria uma infinidade de tesouros e tentava conscientizar, mas ninguém dava valor a palavras como preservação, ecologia ou biodiversidade. A ornitóloga era tratada com desconfiança ou vista apenas como uma “galega estranha”. Ela começou a falar que havia tesouros na mata e, logo, correram boatos e especulações sobre o que poderia ter trazido aquela estrangeira “lá da zorópia” (Europa). “Só pode ser o tesouro dos holandeses”, diziam alguns. “Ela deve ter um mapa”, pensavam outros. “Quem será essa mulher?”. “Tenho pra mim, que é só doida mesmo”. “O que danado ela tanto procura?”. A grande riqueza da mata está na biodiversidade. A cada passo, a cada instante, a bióloga encontra novos tesouros. A Rebio da Pedra Talhada tem hoje 2.100 espécies catalogadas, mais de 824 só de plantas, uma concentração média de 180 árvores por hectare, 255 tipos de aves e um universo microbiótico e fúngico todo particular. Só de cogumelos, foram reconhecidas 60 espécies. Também há 42 tipos diferentes de cupins, 133 espécies de formigas, 50 de borboletas e mariposas, 502 de insetos, 40 de líquens, 140 de musgos, 20 de abelhas e tantos outros, sem contar a variedade de peixes, anfíbios, répteis e mamíferos.

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