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Nº 5759
Cidades

Tr�fico penaliza animais silvestres

Jacarés cegos, que tiveram o olho perfurado durante a caça. Macacos-aranha com problemas ósseos ou macacos-pregos alcoólatras e agressivos. E até um tamanduá, cujo rosto foi atingido por um facão por pura maldade. Mantido pelo governo federal, o Centro de

Por | Edição do dia 23/08/2015 - Matéria atualizada em 23/08/2015 às 00h00

Jacarés cegos, que tiveram o olho perfurado durante a caça. Macacos-aranha com problemas ósseos ou macacos-pregos alcoólatras e agressivos. E até um tamanduá, cujo rosto foi atingido por um facão por pura maldade. Mantido pelo governo federal, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), localizado em Maceió, é o destino final onde terminam várias dessas infelizes histórias de tráfico de animais silvestres. O papagaio sobreviveu, contra as estatísticas, mas chegou ao centro com distrofia óssea. As patas e os pés tortos impedem que ele consiga se movimentar. É o que costuma acontecer com os animais dessa espécie, quando tirados da natureza e condenados à estimação. Resultado da falta de cálcio na alimentação. “No meio da natureza, esses animais têm uma alimentação com frutos, folhas e outros itens, que possuem vitaminas específicas”, diz Epitácio Correio, médico-veterinário do Ibama. “Presos, não escolhem o que comer e recebem qualquer alimentação, fraca nos nutrientes exigidos por esses animais, principalmente se estão em fase de crescimento”. O médico-veterinário lembra-se de um macaco que chegou com deformações na coluna. Os relatos revelam uma crueldade sem tamanho: o bicho estava curvado para a direita, provavelmente devido a movimentos giratórios repetidos, devido ao confinamento em uma gaiola pequena. Apesar das cicatrizes, animais que são resgatados podem ser considerados privilegiados. A maioria dos bichos tirados da natureza pelo tráfico morre pelo caminho, na captura ou durante o transporte até as gaiolas. Uma estimativa divulgada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), no início dos anos 2000, mostra que para cada animal silvestre que chegava a um dono, nove tinham sido mortos. É fácil, no entanto, entender as causas dessa mortandade. Basta verificar como esses animais são transportados. No último mês, em Alagoas, noticiou-se a apreensão de um carregamento de vários pássaros enfiados dentro de garrafas de água mineral e gaiolas. Para esconder os animais, traficantes não enxergam limites, mesmo que o resultado seja a perda da carga. Isso ocorre tanto em regiões mais afastadas quanto na capital. * Sob supervisão da editoria de Cidades.

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