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Nº 5759
Cidades

Recupera��o requer apoio da comunidade

Um pensamento do escritor Eduardo Galeano pode sintetizar a essência do trabalho de recuperação de nascentes do Renas-Ser. “Pessoas simples, fazendo coisas pequenas, podem mudar o mundo”. É uma frase quase sempre citada pelos integrantes do projeto, junto

Por | Edição do dia 23/08/2015 - Matéria atualizada em 23/08/2015 às 00h00

Um pensamento do escritor Eduardo Galeano pode sintetizar a essência do trabalho de recuperação de nascentes do Renas-Ser. “Pessoas simples, fazendo coisas pequenas, podem mudar o mundo”. É uma frase quase sempre citada pelos integrantes do projeto, junto com outra do professor Paulo Freire: “Não há saber mais ou saber menos, há saberes diferentes”. Com base nessa filosofia de vida e na sabedoria popular, a coordenadora do Renas-Ser, Maria do Carmo Vieira, destaca que a nascente é um filete de água e a convivência com o semiárido é um aprendizado de luta, de sobrevivência e de solidariedade. “Para recuperar uma nascente, não é só ir lá e recuperar, tem que trabalhar a população, a consciência ambiental, o imaginário para que eles sintam o pertencimento”. Senão não adianta. Todos participam de um levantamento minucioso, que inclui um cadastramento, uma planilha com todas as informações, se a nascente está suja, coloração da água, se está cercada, se animais pisoteiam, se o homem já fez alguma interferência e por aí vai. Um dos critérios para a recuperação é verificar se a nascente está em bom estado. “Dessas 716 que catalogamos, tem muitas que estão fraquinhas e talvez não valha a pena recuperar, pode ser que ela seque”. Maria do Carmo afirma que as culminâncias e as apresentações dos projetos foram experiências maravilhosas. “A gente também fez caravanas, no Dia da Árvore, no Dia da Mata Atlântica etc.”. Após a participação popular, um técnico agrícola cedido pela prefeitura aponta as características das nascentes e mostra as que estão aptas a ser recuperadas. A partir daí, as comunidades se reúnem para tomar a decisão de qual será contemplada. “Há critério técnicos e sociais, às vezes o proprietário da terra pode não permitir o acesso”, explica Maria. Para ela, os pontos fortes foram o aceite das comunidades, com muita participação, e o engajamento das crianças. “Finalmente agora essas comunidades têm 55 nascentes recuperadas, com água que desce pela gravidade e chega numa caixa d’água pura, limpa, onde eles podem beber e dar aos animais”.

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