O humanismo com que Sua Santidade, o papa Francisco, tem tratado os paradigmas mais complexos da igreja tem refletido positivamente na reaproximação dos fiéis. Ainda não existem números que confirmem essa realidade, mas, na avaliação do padre alagoano Manoel Henrique, da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ela é perceptível na crescente movimentação das paróquias. Porém, ao mesmo tempo, avalia ele, já suscitam preocupações as movimentações contrárias de setores conservadores na cúpula da Igreja Católica, que tentam barrar a postura inovadora com que o papa tem conquistado adeptos em vários cantos do mundo. “Há uma grande mudança na postura da Igreja. Hoje o papa faz uso de uma linguagem que aproxima, que perdoa. Mas há uma reação silenciosa contra ele, e o papa tem sentido isso, ao ponto de fazer um pedido: rezem por mim. E é obrigação de todos nós rezarmos para que ele possa continuar a propagação de um Evangelho de misericórdia, porque o Evangelho não existe para entristecer e castigar”, disse o padre, em entrevista ao programa Ministério do Povo, da Rádio Gazeta, ontem. A principal preocupação, segundo ele, volta-se, agora, para a convocação da próxima assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com início marcado para o dia 4 de outubro, no Vaticano. Ontem, perante participantes do encontro mundial promovido pelas Equipes de Nossa Senhora, no Vaticano, o papa Francisco antecipou um conjunto de temas que devem dominar a assembleia, a maioria ligada à família, entre eles a questão da nulidade do casamento e do direito canônico dos casais em segunda união.