Infectologista alerta para os riscos de banaliza��o da dengue
As pessoas precisam encarar o mosquito da dengue com a mesma postura adotada diante de um escorpião. A orientação é do infectologista Celso Tavares, explicando que o aedes aegypti é muito mais perigoso, porque mata, enquanto o segundo apenas assusta e cau
Por | Edição do dia 07/03/2002 - Matéria atualizada em 07/03/2002 às 00h00
As pessoas precisam encarar o mosquito da dengue com a mesma postura adotada diante de um escorpião. A orientação é do infectologista Celso Tavares, explicando que o aedes aegypti é muito mais perigoso, porque mata, enquanto o segundo apenas assusta e causa dor ao picar a pessoa. Se todo cidadão eliminasse do ambiente os focos do inseto, não teríamos tantos casos de dengue. Infelizmente ocorreu o inverso. Houve uma banalização da doença, quando deveriam ter adquirido consciência da sua gravidade e da alta letalidade, observou o médico. Ele lembra que já são cerca de 600 os casos notificados e frisa que este ano ainda não foi confirmado nenhum óbito por dengue hemorrágica, apesar de haver um caso suspeito, cujo diagnóstico encontra-se em análise. A dengue hemorrágica acomete pessoas que já tiveram dengue clássica. Os sintomas são os mesmos, pelo menos no início. Depois de três dias, o paciente tem uma melhora e a febre desaparece. Cerca de 48 horas após, o indivíduo tem tontura, sinais de desidratação e hemorragia, podendo morrer, se não receber a devida assistência médica especializada. De acordo com o infectologista, é comum a pessoa relaxar quando se sente melhor. Entretanto, o perigo ocorre justamente quando há melhora dos sintomas. Em 1986, Alagoas registrou dois casos de dengue hemorrágica, mas não houve o combate contínuo aos focos da doença.