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Pomada cura infec��es decorrentes do HPV

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Alguns estudos desenvolvidos pela Universidade Federal de Alagoas levam mais tempo até apresentarem resultados consistentes. Foi o caso da pesquisa realizada por quatro professores da instituição, que, depois de analisarem os trabalhos desenvolvidos ao longo de 12 anos, obtiveram a patente de uma pomada com atividade anticarcinogênica, capaz de beneficiar 100% dos pacientes submetidos ao tratamento do papiloma- vírus humano (HPV), tratados no Hospital Universitário. O HPV é uma doença sexualmente transmissível que atinge milhões de pessoas em todo o mundo e é um dos responsáveis pelo câncer de colo do útero nas mulheres. É transmitido por contato direto com a pele infectada, e os HPV genitais podem causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. As infecções clínicas mais comuns, nessa região, são as verrugas genitais e condilomas, cujos tratamentos atuais são invasivos e dolorosos, além de contraindicados em situações específicas. Geralmente, o tratamento se dá com a intervenção clínica com ácido tricloroacético, podofilina podofilotoxina, laser, crioterapia e cirurgia com cauterização. O estudo foi desenvolvido pelos professores Luiz Carlos Caetano, do Instituto de Química Biotecnologia (IQB); Manoel Álvaro, da Faculdade de Medicina (Famed); Pedro Accioly de Sá Peixoto Filho, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), e Zenaldo Porfírio da Silva, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS). A pomada de uso tópico desenvolvida na Ufal, utilizado os taninos do barbatimão, facilmente encontrado no litoral brasileiro. Além de não possuir efeito colateral, nem contraindicação, tem a capacidade de curar as feridas. “A pomada é feita com o extrato das cascas do caule do barbatimão mais comum na nossa região, que possui cascas com coloração mais avermelhada do que as cascas das plantas do Sudeste, por exemplo. Essa planta é das mais comercializadas em feiras livres, usada como agente cicatrizante e anti-inflamatório”, contou o professor Luiz Carlos Caetano. O tratamento experimental foi desenvolvido por cinco anos, com 46 pacientes no Hospital Universitário. A pomada foi entregue aos participantes pelos voluntários pela equipe da pesquisa, financiada pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (NIT/Propep) da Ufal, e o processo de utilizar a pomada duas vezes por dia durava dois meses. Os efeitos positivos do tratamento foram percebidos logo nas primeiras aplicações com a diminuição das lesões. O depósito da patente foi feito em 2013, no instituto americano The United States Patent and Trademark Office, mas o resultado saiu em 2015. No Brasil, o processo está em andamento desde 2010, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no Rio de Janeiro.

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