Cidades
Estado � o 5� mais violento do NE

Quem a homotransfobia matou hoje? Essa pergunta aponta um dado alarmante. No período de 1º a 24 de janeiro de 2017, vinte e quatro pessoas foram brutalmente mortas ou cometeram suicídio em decorrência da condição sexual no Brasil. O dado é revelado pelos pesquisadores e representantes do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott e Eduardo Michels. Em 2016, de acordo com a pesquisa do GGB, 343 pessoas foram mortas ou tiraram a própria vida. Ou seja, o estudo revela que, em 25 horas, uma pessoa morre por ser lésbica, gay, bissexual ou transexual. A pesquisa aponta ainda que Alagoas ocupa a 5ª posição no ranking do Nordeste, sendo um dos estados mais violentos para os LGBT. O estudo revela um fato assustador: neste exato minuto, enquanto você lê essa matéria, uma pessoa pode estar sendo assassinada por crime de homotransfobia, que consiste na discriminação decorrente de orientação sexual, dirigida à homossexualidade, mas também a discriminação por identidade de gênero, dirigida às travestis e transexuais. ?Tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois, não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, esses números são sempre subnotificados, já que nosso banco de dados se baseia em notícias publicadas na mídia, internet e informações pessoais. A falta de estatísticas oficiais, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, é prova da incompetência e homofobia governamental?, aponta Mott. De acordo com o presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, os dados divulgados pelo grupo da Bahia apontam uma situação preocupante e que dura anos. Para se ter uma ideia do problema em Alagoas, nos últimos 5 anos, 99 pessoas morreram por serem LGBT. ?É preocupante porque Alagoas permanece há mais de uma década na lista dos estados mais violentos do País. Não saímos das estatísticas. É triste e, a meu ver, precisamos de políticas públicas mais ativas para acabar com os crimes de ódio não só em nosso Estado, mas no Brasil?, pontuou Nildo Correia. Em 2016, o GGAL registrou 17 mortes. Apenas 5 casos foram solucionados pela polícia. ?Os gays e as trans são os principais alvos em todo o País. Em Alagoas, essa realidade é semelhante e assusta porque não possuímos uma política pública ativa?, acrescentou Nildo.