Comiss�o mobiliza trabalhadoras para defender direitos humanos
Representantes da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) realizaram, ontem, o Dia Internacional da Mulher, um ato público na Praça dos Martírios e participaram de audiência com o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, procurador Delson Lyra.
Por | Edição do dia 09/03/2002 - Matéria atualizada em 09/03/2002 às 00h00
Representantes da Comissão da Pastoral da Terra (CPT) realizaram, ontem, o Dia Internacional da Mulher, um ato público na Praça dos Martírios e participaram de audiência com o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, procurador Delson Lyra. De acordo com a coordenadora da Regional Litoral Norte da CPT, irmã Cícera Meneses, ontem foi um dia especial para lutas femininas. Nossa reivindicação é com relação aos direitos humanos em geral, afirmou. Segundo ela, o acampamento e o ato público aconteceram simultaneamente em todas as capitais brasileiras. Todos os acampamentos têm o nome de Margarida Alves, uma sindicalista que lutou muito pelas mulheres e que foi assassinada por reivindicar seus direitos, disse, explicando que estão reivindicando também justiça, para que os assassinos da sindicalista sejam descobertos e presos. Conforme a religiosa, participaram do acampamento pequenas produtoras, posseiras, assentadas e sem-terra da região do Litoral Norte, Sertão, Agreste e Mata Norte. Ela reclama ainda da falta de assistência. Elas se sujeitam à fome, à falta de respeito e às prefeituras se negam a dar assistência às mulheres do campo, principalmente as que são ligadas aos assentamentos, completou. Irmã Cícera denuncia que muitas mulheres que trabalham no corte da cana sofrem assédio sexual. Mulheres canavieiras acabam sendo obrigadas por seus patrões a se deitarem com ele para não perderem o emprego, relatou, salientando as péssimas condições de vida destas trabalhadoras. A mulher canavieira, além de não ter uma alimentação adequada, não tem roupa própria para trabalhar.