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Nº 5839
Cidades

Custos levam fam�lias a sugerir sepultamento como indigente

Alguns funcionários do Estácio de Lima ajudam famílias carentes a fazer o sepultamento de seus entes. Dada a amizade com donos de funerárias, a liberação de caixão é quase sempre certa. Há cerca de uma semana uma senhora da Favela Virgem dos Pobres, sem

Por | Edição do dia 10/03/2002 - Matéria atualizada em 10/03/2002 às 00h00

Alguns funcionários do Estácio de Lima ajudam famílias carentes a fazer o sepultamento de seus entes. Dada a amizade com donos de funerárias, a liberação de caixão é quase sempre certa. Há cerca de uma semana uma senhora da Favela Virgem dos Pobres, sem ter como cuidar do enterro do filho, chegou a comentar que o IML poderia sepultá-lo como indigente no Divina Pastora. Mas não foi preciso porque o sempre anônimo estava por perto e atendeu a pobre mulher. Para o rico não há problema, há solução. Este faz a festa do empresário do ramo que fatura até 8 mil reais pela venda da urna. O rico chega à loja e determina que adotem todas as medidas necessárias para o sepultamento. O cemitério tem que ser classe A e não pode faltar absolutamente nada. Todos os cuidados são tomados por pessoas experientes e o enterro acontece sem incidentes pela organização do funeral. No entanto, nem todo dia se fatura 8 mil reais com a venda de um caixão. Nesse caso, em vez de pagar 8 mil reais compra-se um caixão em torno de 800 reais. “Conheço casos em que uma família comprou uma simples (550 reais). Morreu, só resta mandar sepultar. O belo caixão não vai mudar absolutamente nada”, explica Farias. Alguns empresários do ramo de funerária começam a criar meios para facilitar a vida de quem não tem recurso para sepultar seu ente querido. Apesar de os planos serem os mais variados, com parcelas mensais de até dez reais por mês, muita gente alega não ter como saldar a mensalidade. A empresa oferece o funeral completo. “O associado não tem com o que se preocupar. Quando morre um parente ele procura a loja e é atendido. Agora, tem que estar com a mensalidade em dia. Ele sabe que o sepultamento é simples, mas digno como Deus quer”, explica um “corretor autônomo”, que sempre ronda os hospitais e o Estácio de Lima em busca de defuntos.

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