Advogada quer transferir Beira-Mar para Bangu

A advogada do traficante Fernandinho Beira-Mar, Cecília Machado, que chegou a Maceió na noite de quinta-feira, esteve, ontem, na sede da Superintendência da Polícia Federal e disse que sua vinda tem como objetivo tentar junto à Justiça a rápida transferência do seu cliente para o presídio de Bangu, no Rio. “A remoção de Fernandinho para Maceió foi ilegal, pois nenhum dos seus advogados foi avisado. Somos cinco advogados e não 19, como a imprensa vem destacando. Ele foi retirado do presídio de Presidente Bernardes, em São Paulo, e embarcado em um avião da Polícia Federal, sem nenhum aviso. A operação foi totalmente irregular”, denuncia Cecília Machado. A advogada anunciou que vai entrar com uma representação no Ministério Público para tentar anular a transferência de seu cliente, apesar de considerar que a Polícia Federal em Maceió oferece segurança de vida e a cidade é calma. “O Fernandinho é um preso especial e está sob a custódia do ministro Márcio Tomaz Bastos, que decidiu, com o aval do governo alagoano, trazê-lo para Maceió. No entanto, o papel do advogado é defender seu cliente e é isto que estou fazendo”, enfatizou Cecília Machado. A advogada foi recebida no final da manhã de ontem pelo delegado José Paulo Rubim Rodrigues, superintendente da Polícia Federal, mas não foi autorizada a ter acesso ao seu cliente, que está incomunicável, o que só aconteceu à tarde. Na saída da visita, Cecília Machado disse que Beira-Mar está magro, mas bem tratado, e que ainda teme ser assassinado. (RN) /// Almagis critica vinda de traficante para Alagoas O presidente da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), juiz Fernando Tourinho de Omena Souza, levará ao conhecimento da magistratura nacional as implicações da transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar para Alagoas. Ele participa, na próxima segunda-feira, em Brasília, da reunião de presidentes de associações estaduais, promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Segundo Tourinho, a transferência de Beira-Mar para Maceió causa enorme preocupação, não só em virtude da presença, no Estado, da pessoa física do preso, mas também em razão da possibilidade de outros integrantes da mesma facção criminosa chegarem a Alagoas. “Ele faz parte de uma facção do crime organizado conhecida em todo o Brasil e isso deixa a população brasileira atemorizada. Tanto é preocupante para as autoridades quanto para o cidadão alagoano de maneira geral”, enfatiza o juiz. O assassinato recente de dois magistrados que combatiam o crime organizado também foi criticado por Tourinho. Ele disse que espera que as palavras do governador Ronaldo Lessa se concretizem e que a rotina do alagoano mude, embora a realidade do País não proporcione essa tranqüilidade.