Cidades
Situação da Lagoa Mundaú é crítica

Além do excesso de água doce, o período chuvoso arrastou muito sedimento do Rio Mundaú para o complexo lagunar. Não apenas o sedimento fino, que é a lama onde vive o molusco, mas também muita areia. Esse sedimento mais grosso impede a procriação do sururu. Ele é favorável para outras espécies, como o massunim e a taioba. Outro problema, também, é essa mudança de ambiente que pode ser nociva para outras espécies de moluscos, mariscos, crustáceos e para a reprodução de peixes. Para evitar um possível desastre ambiental, os biólogos do IMA Juliano Maurício Fritscher, Ricardo César e outros profissionais recomendam a recuperação da mata ciliar ? tanto da orla lagunar quanto das calhas dos rios ?, dos manguezais, e o saneamento das cidades ribeirinhas. Existem pontos de contaminação sérios na lagoa. Eles ficam em Maceió, entre os bairros de Bebedouro até o Pontal da Barra. Os esgotos das casas caem direto na lagoa. Isso é triste de ver, lamentam os técnicos. Ao ser questionado se o IMA tem condições de fiscalizar, Juliano explicou que a fiscalização não é difícil, as fontes de poluição são visíveis. Na opinião dele, esse é um trabalho que envolve vários setores. Para preservar, avalia que teria de ser remodelado o sistema sanitário das cidades e de Maceió, para acabar com os canais que jogam o esgoto no complexo. Também defendeu a execução de obras de saneamento, como chegou a ser idealizado no passado, mas que, efetivamente, ainda não aconteceram.