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Jovens negros têm risco 12,7 maior de serem mortos em AL

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Em Alagoas, jovens negros de 15 a 29 anos de idade têm risco 12,7 maior de morrerem assassinados do que os brancos, na mesma faixa etária. Chocante, o dado está no documento Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ), produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento, divulgado ontem, define a situação de Alagoas como a mais preocupante entre os 24 estados brasileiros onde os riscos de um jovem negro morrer assassinado é maior, na comparação com jovens brancos. Entre os estados do Nordeste, a segunda maior diferença (8,9), também muito alta, foi detectada na Paraíba. No País, o estado do Amapá ficou com índice de 11,94. A média nacional é de 2,71. Publicado pela segunda vez, o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) mostra que são alarmantes os índices de violência contra a juventude negra. ?Esses números provam aquilo que estamos dizendo há muito tempo. Mesmo sendo a maioria da população, nós, população negra, não somos prioridade nas políticas de governo, tanto no Estado, quanto federal?, reage a jornalista Valdice Gomes, coordenadora da organização não governamental Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô. Fundada em dezembro de 2005, a Anajô é uma entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), instituição nacional do Movimento Negro presente em 14 estados brasileiros. Para Valdice Gomes, a única novidade do documento divulgado pela Unesco é o recorte feito em relação às jovens negras. ?Ao pesquisar considerando também a questão do gênero ? e essa é a novidade ?, o estudo é ainda mais revelador de uma realidade perversa, que o Estado brasileiro e alagoano insistem em ignorar?, declara. A ativista discorda do uso da palavra ?chance? usado no estudo (jovens negros têm mais chances de morrer), por entender que o substantivo feminino remete a algo positivo, ao contrário do que mostra o resultado da pesquisa.

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