Cidades
Pontes de Alagoas precisam de socorro

A maioria das pontes e pontilhões nas rodovias estaduais precisa de reparos nas estruturas. Algumas assustam caminhoneiros e a população por causa dos desníveis e da trepidação forte. Especialistas e engenheiros de grandes estruturas viárias defendem uma vistoria geral em todos os equipamentos, inclusive naqueles construídos recentemente. A última grande cheia, em 2010, e o temporal do ano passado provocaram estragos, danificaram estruturas e algumas pontes antigas foram levadas nas enxurradas dos rios Mundaú, Paraíba, Camaragibe, entre outros. No Sertão, a ponte sobre o Rio Ipanema, no município de Batalha, construída na década de 1960, suportou a cheia de maio de 2017. Entretanto, no momento mais crítico do período chuvoso, a água encobriu a ponte, danificou parcialmente estrutura de sustentação e cabeceira. Além desse importante equipamento com mais de 200 metros de vão ao longo da AL-220, que liga parte da Zona da Mata de São Miguel dos Campos, corta o Agreste e o Alto Sertão até o município de Olho d?Água do Casado, tem outras pontes e pontilhões que precisam de reparos, de obras de alargamento e de área de proteção para pedestres e ciclistas. Problemas semelhantes ocorrem também em outras rodovias de grande movimentação de veículos. Na AL-101 Norte, por exemplo, a ponte antiga sobre o Rio Jacarecica precisa de reparos na faixa de pedestre, nas paredes de proteção e carece de vistoria minuciosa nas vigas de sustentação. Como ao lado foi construída uma ponte nova para a duplicação da estrada, os moradores da região acreditam que a ponte velha será desativada com o alargamento da estrada. Ainda na mesma via, o perigo é evidente na ponte que fica na foz do Rio Pratagy. A muralha de proteção está parcialmente destruída e a passarela de pedestre é muito estreita, e os atropelamentos e colisões de carros naquele ponto se multiplicam, principalmente nos fins de semana. RACHADURA Os adolescentes, como José Carlos dos Santos, de 18 anos, brincam com o perigo. Ele aproveita que o muro de proteção está parcialmente destruído e pula no rio que tem pouco mais de um metro de fundura. O pedreiro Jorge da Silva chama a atenção dos engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para a situação das vigas de sustentação da ponte. ?Na maré baixa, dá para ver uma grande rachadura na pilastra central de sustentação. A ponte está com desnível, como se estivesse afundando. Acredito que é preciso vistoriar as condições. Esta é uma rodovia movimentada, porque faz a ligação de Maceió e Recife pelo litoral. Neste período de safra de cana-de-açúcar tem caminhões pesados trafegando?, alerta. A cinco quilômetros de distância tem outra ponte, esta sobre o Rio Meirim. Parte do muro de proteção também caiu, e no local não tem passarela de pedestre e de ciclistas. A diarista Ana Lídia dos Santos e o marido dela, José Carlos Ferreira, moram no povoado de Saúde e diariamente passam pelo local de bicicleta para trabalhar. ?Toda semana tem atropelamento por aqui. Nos fins de semana, o perigo aumenta, porque os motoristas trafegam em alta velocidade, não tem acostamento na ponte e, se vacilar, é atropelado?, reclamou José Carlos.