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Mágicos encaram o desafio de fazer o ‘truque’ da reinvenção

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Em terra onde o respeitável público não está tão disposto a desembolsar ingresso para assistir ao reaparecimento de objetos ou à surpreendente revelação de uma carta por meio de telepatia, resta aos mágicos um truque típico dos sobreviventes: a reinvenção. Com apenas 23 anos e oito deles na atividade, o mais jovem mágico alagoano, Anthony Marinho, é um dos poucos que conseguem garantir a resistência de sua arte através do humor. Com a pouca quantidade de mágicos para comemorar este 31 de janeiro, quando se celebra o Dia do Mágico, a estratégia de reinvenção se torna um desafio ainda maior. Embora não haja algum tipo de grupo ou associação no Estado que possa reunir ? ou precisar ? o número de artistas desse segmento, Anthony conta que, nos oito anos em atividade, só tem noção da existência de cinco profissionais no ramo. A renovação do quadro ? que garantiria uma continuidade do mundo da mágica ? também é um problema. ?Não conheço mágico mais novo que eu. Os outros que conheço são mais velhos, em torno de quatro. Alguns fazem circo e rodam o Brasil?, conta. ?É uma pena. Seria bom que nos uníssemos mais em alguma associação. Conseguimos, em 2015, fazer um show, e foi muito bacana, porque conseguimos lotar o Teatro Deodoro, mas foi por muita força de vontade, porque não tivemos apoio de nada?, explica. Sem família circense ou produtores de truques na família, Anthony conheceu a arte aos 15 anos, quando casualmente encontrou kits de mágica em um quiosque no shopping. ?Fui estudando em casa, mas as mágicas eram pequenas, as chamadas close-up. Fui aprendendo e fiz alguns aniversários infantis. Também, à época, trabalhei como palhaço, em recreação de aniversário?, relata. Ao conhecer um colega de profissão, o jovem pôde, então, expandir suas técnicas. ?Conheci o mágico Daniel e, com a experiência que ele tinha, me deu muitos toques, macetes e técnicas. Ao longo do tempo, fui criando minha própria personalidade?, conta. Anthony montou, então, seu show de mágicas, já incrementando o humor e outras propostas diferenciadas. ?Aposto que, quanto mais simples, mais a gente pode impressionar. Montei também a ventriloquia, com o tucano Tuco?, acrescenta. ?E aí vou adaptando e buscando sempre fazer coisas novas?. Interagindo em shows para adultos e crianças, o mágico Anthony atua em hotéis de vários estados do Brasil. Apesar de conseguir ter sua arte como único meio de renda, Marinho reconhece que o campo de atuação ainda é bastante difícil. ?A mágica tem sido descoberta aos poucos. Ainda é difícil fazer um show de mágica e lotar um teatro só com a mágica?. Anthony atribui essa dificuldade à falta de cultura e ao uso dos eletrônicos nos espetáculos. ?As pessoas têm menos paciência de ficar sentadas assistindo, e já ficam com o celular na mão. Se isso acontece na mágica, acabam não prestando atenção, não entendendo o que está acontecendo. No fim, terminam dizendo que o mágico não presta, porque não viram a mágica de fato ? o começo, meio e fim?, desabafa. Diante dessa problemática, Anhony tenta buscar atenção a partir do acréscimo do humor. ?Brasileiros gostam de rir, da comédia, da resenha?. Além do grande público, ele atenta para a necessidade de visualizar a mágica como uma aliada ao marketing.

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