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Monja budista diz que paz est� na mente de cada um

FÁTIMA ALMEIDA É possível viver e ensinar a paz, mesmo em tempos de guerra. Essa paz tem de ser buscada por cada ser humano, dentro de si; na mente, onde está a raiz de todos os conflitos e de todos os problemas vividos pelo homem. Isso é o que ensina a monja budista inglesa Bhikkuni Zamba Chozom, que viveu muitos anos no Tibet e está passando alguns dias em Maceió. Na sua opinião, uma única pessoa é capaz de promover a paz de sua gente, e seu exemplo mais completo é o Dalai Lama. Ele perdeu seu país; o Tibet foi invadido pela China. Hoje mora na Índia, mas visita as áreas de conflito e ensina a paz. Mesmo com o país sendo dominado pelo inimigo, ele recomenda que não se deve responder com violência. Dalai mostra como um indivíduo de mente clara pode afetar várias pessoas, de maneira positiva, diz a monja. Ela cita outros exemplos não-budistas, como Mandela e Gandhi que promoveram a libertação de seus respectivos países, pregando a paz. Por outro lado, diz Bhikkuni Zamba, o oposto é verdadeiro. A mente de uma só pessoa pode promover a guerra e conflitos outros, e os exemplos o mundo está vendo e vivendo. O budismo não é uma religião nem uma seita. Bhikkuni o define como a psicologia da nossa mente e a maneira de entendê-la. Se examinarmos nossa mente com cuidado, com sabedoria, veremos que os problemas diários têm base na nossa percepção. Duas pessoas podem encarar uma mesma situação de maneira totalmente diferente, observa. Por fim, ela recomenda: não culpe as causas externas pelos seus problemas, pela confusão mundial, e não dependa delas para ser feliz. Assim sua mente vai se libertar. E uma mente livre é o que se chama de iluminação no budismo; o despertar para a sua essência. A filosofia budista está se difundido no Ocidente e tem muitos adeptos no Brasil, segundo a monja. Um encontro realizado em São Paulo reuniu cerca de 30 diferentes correntes, o que leva o Centro Budista de Alagoas a calcular que existam cerca de 300 mil brasileiros que praticam o budismo. Para se tornar um, ensina Bhikkuni, o primeiro passo é reconhecer que a causa de seus problemas e de sua felicidade está em você. Com base nisso, deve haver um compromisso consigo para a busca de respostas dentro de si, pela meditação e seguir os ensinamentos. No centro budista de Maceió, no Farol (Rua Clarência Jucá, 225), há práticas abertas ao público às segundas e quartas-feiras, a partir das 19h30, e aos sábados, a partir das 17h. Qualquer pessoa pode participar. O telefone de contato é 9308 2359. .