Cidades
Protesto contra intolerância e desfile dos bois

Em sua quarta edição, o bloco afro Comunidade da Paz levou, na tarde dessa segunda-feira, 12, centenas de foliões ao terreiro Abassá de Angola Oyá Igbalé, localizado na Avenida Otacílio de Holanda, no bairro Cidade Universitária, parte alta da capital. Como acontece desde a sua criação, o objetivo do bloco é difundir a cultura de matriz afro, além de celebrar o carnaval na periferia de Maceió. A coordenadora do bloco, Keka Rabelo, explicou que, apesar da falta de apoio do poder público, o carnaval na periferia sobrevive bravamente. ?O carnaval periférico não deixou de acontecer. Até porque a cidade inteira não está viajando, como muita gente pensa. Muitos turistas compram essa ideia, mas apenas as classes média e alta é que conseguem deixar a capital para curtir os festejos nas cidades balneárias. Enquanto isso, a comunidade continua trabalhando a cultura com o que tem, tocando suas manifestações?. Como todos os anos, os festejos começaram com a já tradicional apresentação do Maracatu Raízes de Tradição ? organizado pela própria casa de resistência africana ?, agitando o folião maceioense. Logo em seguida, foi a vez do desfile do Boi Dudu Namorador, homenageando a princesa Yasmin. Neste ano, o bloco teve como lema ?Carnaval sem intolerância religiosa?, como forma de protesto aos ataques ocorridos às Casas de Matriz Africana. ?Todos nós estamos em pé contra a intolerância. No último dia 4 de fevereiro, uma mãe de santo foi assassinada em Goiás. Situações do tipo têm nos deixado em alerta?, emendou Keka. * Sob supervisão da editoria de Cidades