Cidades
Salinização ameaça fontes de sobrevivência

Os moradores não sabem ao certo quando ela começou, mas o fato é que a salinização vem se tornando um problema a cada dia maior. O fenômeno ? que nada mais é do que a entrada e a permanência de águas marinhas no estuário do rio ? já chegou a uma extensão em torno de 9,5km a partir da foz em direção à cidade de Piaçabuçu. Pelo menos é o que mostra a medição mais recente feita pelo professor Paulo Petter. Oceanógrafo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ele faz parte de um grupo de pesquisadores que se debruça há anos sobre o assunto. ?A última vez que medimos foi em maio de 2017. A situação é grave do ponto de vista humano, pois prejudica o abastecimento de água para cidades ribeirinhas, e do ponto de vista ambiental, já que causa mudanças ecológicas ainda não dimensionadas?, esclarece. Segundo Paulo, o distúrbio vem sendo registrado principalmente pela redução da vazão do São Francisco. Como ele perde força hidráulica, as marés se tornam mais intensas e conseguem invadir o que seria água doce. As consequências são muitas e começam pelo abastecimento à população com valores fora dos padrões de potabilidade. Em uma das análises, os arredores do povoado Potengy chegaram a uma salinidade de quase 27 gramas por litro ? o limite é de meio grama.