Cidades
Sa�de tenta evitar suspens�o de partos em hospitais

ANA MÁRCIA O secretário municipal de Saúde, Adeilson Loureiro, se reunirá com diretores de hospitais e maternidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), na segunda-feira, para fazer um levantamento dos prejuízos que a área de obstetrícia vem acumulando, nos últimos anos. O objetivo é tentar uma forma de remuneração em contrapartida com o Estado e o município para evitar a suspensão do atendimento às gestantes na rede hospitalar privada. Este antigo problema no setor de assistência à saúde volta a afligir as parturientes alagoanas, caso não seja feita uma correção nos valores pagos por partos normais, cesarianas e curetagens. Será uma reunião para verificar os custos dos hospitais, onde tentaremos encontrar uma solução de contrapartida de recursos. Já tivemos um outro encontro juntamente com o Conselho Regional de Medicina e a Secretaria Executiva de Saúde, onde ficou acertado que faríamos um levantamento destes procedimentos verificando o preço de tabela, disse Adeilson Loureiro. Ele negou que o Hospital do Açúcar tenha fechado a maternidade por causa deste problema, explicando que a unidade paralisou o atendimento porque teria recebido R$ 250 mil e comprado equipamentos, entrando em reforma por um período de 180 dias. Acúmulo O acúmulo de prejuízos, segundo informações do presidente do Sindicato dos Hospitais (Sindhospital), Humberto Gomes de Melo, se deve a um período de oito anos sem reajuste nos valores de remuneração dos procedimentos obstétricos. O último reajuste nos valores foi de 25%. Maceió dispõe de seis maternidades conveniadas ao SUS: a Casa de Saúde Paulo Neto, Nossa Senhora de Fátima, Santa Lúcia, Santo Antônio, Hospital do Açúcar e Hospital Ortopédico. De acordo com o Sindhospital, em média, um parto normal custa R$ 221,17, mas o SUS paga R$ 90,; uma cesariana custa R$ 507,20, mas o sistema só paga R$230, enquanto uma curetagem custa 108,56, mas o SUS paga R$ 52,27. Segundo Humberto Gomes, 70% dos partos realizados pelo SUS são feitos pela rede conveniada. Das 708.647 internações obstétricas realizadas mediante o SUS nas capitais de todo o País em 2002, 231.376, ou 32,65%, foram em estabelecimentos da iniciativa privada, incluindo os filantrópicos. Em Maceió, foram 22.852 internações, sendo 13.522 (59,17%) em hospitais privados, 29,91% na rede pública (Estado e município) e 10,92% no Hospital Universitário. Ainda em relação ao ano passado, Maceió apresentou maior número de pacientes de obstetrícia atendidos pelo SUS por meio do setor privado do que a maior parte das capitais, ficando atrás, no Nordeste, apenas de Aracaju (16.414 internações) e Fortaleza (13.644) e de mais cinco das demais regiões brasileiras: São Paulo (24.986), Belo Horizonte (22.806), Manaus (22.176), Belém (18.125) e Curitiba (16.475).