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De algoz das árvores a agente multiplicador

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De tanto atuar na derrubada de árvores para comercialização e sentir na pele a destruição que provocava nas matas, o proprietário de uma serraria na cidade em Arapiraca, Aílton de Oliveira Lima, acabou comovido pela necessidade de preservação do meio ambiente e decidiu agir, para reverter os danos causados na natureza. De algoz de árvores nativas, ele se transformou em mais um agente, que atua na arborização com foco nas cidades. Somente em Craíbas, nos últimos quatro anos, ele já promoveu a plantação de 1,5 mil espécies como aroeira, angico, canafístula e pau-ferro. ?Fui um dos homens que mais desmataram. Tenho uma dívida com a natureza. Me arrependo muito do que fiz. Quem desmata não tem vantagem. Fazia grandes derrubadas até mesmo em outros estados. Nossa temperatura hoje chega a clima de deserto. Temos que dar o primeiro passo em direção à preservação da natureza. O que será da gente amanhã, se continuarmos destruindo nosso meio ambiente, as nascentes? Se a gente cuidar, pode reverter esse quadro. Se cada um de nós der o primeiro passo, a gente vai conseguir. Sem árvore, não temos vida?, enfatiza Aílton Lima. Mas como mantém seu negócio ligado à madeira, o comerciante e agora ambientalista adotou também nova prática em sua serraria. Passou a utilizar como matéria-prima eucalipto de reflorestamento e a reciclar madeira descartada de obras. Apenas 20% de tudo o que utiliza com peças para o campo ainda vem do estado do Pará. Porém, seu ponto forte tem sido mesmo o projeto de arborização das cidades, que inclusive é supervisionado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). O foco da ação é convencer o poder público, as prefeituras, a adotar a ação em suas localidades. Além de Craíbas, Aílton Lima já contribuiu para arborizar ruas nas cidades de Batalha, Limoeiro de Anadia e atualmente se prepara para executar o projeto em Traipu. As árvores que ele disponibiliza são fornecidas por uma empresa de mineração, a Vale Verde. O papel do novo ambientalista é fazer a interlocução entre poder público, iniciativa privada e comunidade. E seu convencimento vem da decisão em acreditar que é preciso fazer algo para a preservação do planeta. ?É preciso que todos os gestores olhem para o meio ambiente. Nossos filhos e netos somente terão algum sucesso se tiver a natureza compatível. Sem isso, a gente não vai ser feliz?, acredita.

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