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Cidades

Elas são companheiras de todas as horas

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Nada substitui um amor como este. Desses retratados com admiração, com doçura, com respeito. Incondicional e imortal, como nos versos do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que declarou que, se fosse rei do mundo, baixava uma lei: ?Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho, e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho?. A Gazeta de Alagoas traz, nesta data especial ? o Dia das Mães ? , o relato de mulheres, seus filhos e essa relação sem dimensões. Nos exemplos de todos os dias, no companheirismo, na ausência que se transforma em saudade. Difícil falar dessa relação ? mãe e filho ? sem sentimentalismo extremo. Não se consegue apagar as pequenas e as grandes doses de heroísmo que elas praticam por amor. A professora Eliege doou um órgão seu para salvar o filho; a universitária Rafaela adiou uma vida profissional estável para acompanhar o sonho da filha de ser artista, e a desempregada Rosilene cruza Maceió ? da parte alta ao Centro ? para conseguir alimentar os filhos. A professora Eliege Alves tem 47 anos e dois filhos. Há exatos quatro anos, passou um dos momentos mais difíceis para uma mãe: viu Bruno definhando por causa de uma doença. Hoje ele tem 25 anos, tinha insuficiência renal e precisou de um transplante de rim. Depois ainda foi necessário passar por mais procedimentos cirúrgicos. Um sofrimento para a família, que transformou dor e medo em luta. ?Isso foi no dia 12 de maio de 2014. A gente não achava que esse problema poderia acontecer com gente tão jovem. Ele não adoecia, era saudável. Nunca precisou estar em médico, a gente levava ele todo mês de janeiro como de rotina, durante as férias, para fazer acompanhamento médico. Foi quando começou a ficar muito pálido, depois veio a fraqueza. Foi uma luta muito grande. Foi descoberto quando ele tinha 20 anos. No dia que eu levei, ele estava muito mal, numa cadeira de rodas. Fiquei levando para vários médicos. Foi horrível. Precisou receber sangue para ter condições de fazer hemodiálise. Tive medo de perder meu filho?, lembra Eliege. Bruno Levy precisou de um transplante. E quem estava lá? A mãe. Encarou uma bateria de exames e conseguiu ser a doadora do rim. Antes dessa etapa, foram feitos muitos procedimentos, e Bruno ficou bastante debilitado, causando sofrimento a uma família que acabou saindo de uma cidade do interior alagoano ? Palmeira dos Índios ? para Maceió, onde ficou menos difícil dar andamento ao tratamento do estudante e onde ele cursa Jornalismo. Enfim, seguir o sonho do filho e sonhar com ele. ?A gente veio para Maceió para ele estudar e fazer a cirurgia. Eu faria tudo de novo. Ele sofria muito. Tenho medo dele adoecer de novo e do meu outro filho adoecer também?, conta Eliege, alagoana de Anadia, que, além de Bruno, tem outro filho de 18 anos, Tiago. ?Ele fazia hemodiálise há quase um ano, foi quando ele pediu para eu ou o pai dele fazer a doação de rim. Foi quando fui no médico. Havia uma preocupação da gente, porque a gente era saudável e ele não era mais. Fiz os exames e decidi fazer a doação do rim. Se fosse preciso, eu faria tudo de novo. Se o outro filho precisasse e se eu pudesse doar, doaria. Para ver ele bem, faria tudo de novo, porque ele estava sofrendo muito. Ele queria estudar, não podia. A gente quer proteger de tudo?, relata. O universitário Bruno Levy avalia como ato de carinho o que a mãe fez e faz todos os dias por ele, pela família, de querer ajudar de qualquer forma. Aquela era uma situação muito complicada. ?Ela é sensacional, lutadora. Uma guerreira. Não deixa faltar nada para a gente. Nunca deixou. É um espelho para mim. Me ensinou a correr atrás, de buscar sempre lutar. Se eu pudesse, daria o mundo para ela. O que eu puder dar de melhor, eu darei. O que eu não puder, é pedir a Deus que ele possa dar. Tenho muito orgulho dela. Quero que ela tenha toda felicidade do mundo. Não só pelo que ela fez, mas por tudo que ela é?, afirma Bruno.

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