Cidades
Rua é decorada para Copa há 36 anos

A alegria e o entusiamo dos moradores da Rua Demócrito Gracindo, na Ponta Grossa, em Maceió, contrastam com o resultado de pesquisa segundo a qual mais da metade dos brasileiros (53% de 2.824 moradores de 174 municípios) não estão nem aí para a Copa do Mundo. ?Com crise ou sem crise, pouco importa. É Copa do Mundo e a gente aqui está muito, muito animado para curtir bastante durante os jogos da Seleção?, avisa, sorridente, o músico Gladston Rodrigues. Ele entre centenas que se reúnem desde a Copa de 1982, realizada na Espanha, para, em clima de muita festa e comidas típicas do período junino, acompanhar os jogos do selecionado canarinho. ?Os meninos eram pequenos e a gente já se reunia para assistir à Copa. É tradição aqui e vamos fazer a melhor festa do mundo com apoio de todos os moradores?, avisa Sonete Maria Rodrigues, mãe de Gladston. Algumas semanas atrás, os moradores do logradouro se reuniram e fizeram a cotinha de dinheiro para decorar a rua com bandeirolas e fitas. No centro da decoração, o traçado da bandeira do Brasil. ?Infelizmente, a ventania e a chuva derrubaram o ?ordem e progresso? da decoração?, comentou a funcionária pública Sonete Maria, referindo-se, com muito bom humor, ao ?momento de crise? por que passa a República. Sobre a pesquisa do Instituto Datafolha, de que 53% dos brasileiros dos 2.824 ouvidos em 174 municípios afirmam não ter interesse nenhum pela competição, Gladston avalia que, independentemente do atual cenário econômico, ?100% dos vizinhos? vão curtir a Copa. Que o diga Alícia Maria e Rita de Cássia, moradoras da Demócrito Gracindo. Alícia, mais jovem, traja camisa meio Brasil meio Palmeiras; mais experiente, Rita curte a Copa a cada quatro anos. Para as amigas, a maior competição de futebol do planeta também serve para ?unir os familiares? em meio aos festejos juninos. ?É tradição por aqui, com crise ou sem crise. Isso aqui vira uma festa?. Como driblam a crise para festejar o maior espetáculo futebolístico da terra? ?Cada família prepara comes e bebes e vai à festa, sob tenda no meio da rua. Após o jogo, a gente come em casa e volta à festa?, avisa Rita de Cássia.