Cidades
Sem salários, rodoviários param

Diante do atraso no pagamento da quinzena, os trabalhadores da empresa de ônibus Veleiro suspenderam a operação do final da tarde da terça-feira, 26, até a manhã de ontem. O pagamento de 40% dos salários (a segunda parcela do mês) deveria ter sido efetuado no último dia 20. ?Mas a empresa disse que não tinha dinheiro, e só ontem fez o pagamento?, reclama o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Alagoas (Sinttro/AL), Sandro Régis. Segundo ele, o atraso não é um problema isolado da Veleiro, pois há risco de que ocorra em outras empresas do sistema público de transportes da capital. As empresas, disse o dirigente sindical, alegam redução no número de passageiros transportados. Desde a licitação, realizada pela Prefeitura de Maceió no ano de 2015, o número de passageiros teria caído de 7 milhões/mês para cerca de 5,5 milhões/mês, afirma o presidente do Sinttro/AL. A redução de passageiros teria como causa o grande número de transportadores clandestinos, aponta Sandro Régis. ?O combate aos clandestinos não está ocorrendo como é preciso. Além dos irregulares, tem o Uber e os mototáxis?, disse o sindicalista, para quem o sistema público de Maceió está ameaçado diante de tanta concorrência para o transporte coletivo. Mas ele também aponta a qualidade do serviço como uma das questões a serem analisadas. ?A frota teve redução, e isso acaba tendo efeito também?, declarou. Segundo Sandro Régis, dos 700 ônibus que circulavam no ano da licitação, apenas 560 continuam operando no sistema hoje. A SMTT admite que, de fato, o volume de passageiros transportados caiu, mas há uma explicação. ?No momento da licitação o sistema estava no ápice. Tínhamos acabado de implantar a faixa azul, e outras medidas para torná--lo ainda mais eficiente. Porém, na sequência tivemos a crise econômica, com o aumento disparado do desemprego. A redução que enfrentamos hoje é efeito dessa crise?, argumenta Rodrigo Medeiros, assessor técnico da Divisão de Fiscalização de Irregulares da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT/Maceió). Além da crise, a ação de transportadores clandestinos é outra causa apontada pelo órgão municipal. Entretanto, Rodrigo Medeiros refuta a afirmação do dirigente do Sinttro/AL, de que a fiscalização é ineficiente.