Sem-terra amea�am acampar em Macei� para ter vistoria de fazendas
As lideranças dos acampamentos de sem-terras em Alagoas cobraram, ontem, do superintendente do Incra, José Quixabeira, agilização na vistoria e assentamento das famílias nas fazendas Boa Vista, Arraial e Cavalinho, situadas entre os municípios de Quebrang
Por | Edição do dia 13/03/2002 - Matéria atualizada em 13/03/2002 às 00h00
As lideranças dos acampamentos de sem-terras em Alagoas cobraram, ontem, do superintendente do Incra, José Quixabeira, agilização na vistoria e assentamento das famílias nas fazendas Boa Vista, Arraial e Cavalinho, situadas entre os municípios de Quebrangulo e Chã do Pilar. Se não houver uma definição por esses dias, nosso pessoal pode vir para Maceió. O mês de abril, especificamente, será marcado pela ocupação nos imóveis improdutivos e pelo acampamento em áreas urbanas. São mais de 8 mil famílias sem terras em Alagoas e todos virão para Maceió, antecipou José Gandhi, integrante do Movimento Sem Terra. Ele explicou que são cerca de 50 acampamentos em todo o Estado, mas por enquanto apenas cerca de 50 pessoas estão em Maceió (as lideranças), negociando com o Incra. Todos estão instalados no Ginásio do Colégio Estadual, no Centro. Quixabeira disse que houve um corte na ordem de R$ 2 bilhões e 500 no orçamento da União, o que reduziu a cota de recursos em todos os órgãos, inclusive no Incra, por isso não foi possível cumprir com o compromisso de desapropriar as fazendas citadas pelos sem-terras. Mesmo assim, não estamos de braços cruzados. Fizemos as notificações, mas os proprietários dos imóveis entraram com ação na Justiça. Derrubamos a liminar e eles recorrem no Supremo. Infelizmente a mesma lei que legitima a desapropriação também permite ao fazendeiro o direito de protelar a ação na Justiça, lembrou. Segundo Quixabeira, as fazendas Prazeres I, II e II estão entre as que conseguiram liminar e o Incra nada pode fazer.