Cidades
VIÚVAS DA SECA

Santana do Ipanema/AL ? Milhares de sertanejos do Nordeste, neste momento, fogem da seca e partem para estados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste em busca de trabalho. Depois de cinco anos consecutivos de estiagem no semiárido nordestino, em 2017 a chuva chegou forte no período de abril a agosto na maioria dos estados. Junto com a chuva, voltou a esperança de trabalho nas áreas rurais. Os sertanejos acreditaram em previsões otimistas de clima favorável para os anos seguintes. Porém, as previsões meteorológicas não se confirmaram. Há um ano não chove no Sertão. A água armazenada está no fim. Os carros-pipa voltaram a circular. As áreas de cultivo e pecuária estão arrasadas. As mulheres e os filhos dos sertanejos ficaram em casa. Elas esperam remessas de dinheiro e a volta dos maridos. Muitas, há seis meses, perderam contato com os companheiros e sobrevivem com ajuda de parentes, amigos e com o dinheiro do Bolsa Família. No Sertão de Alagoas, a situação se repete nos 38 municípios que decretaram situação de emergência por causa da seca. Não existe pesquisa precisa de quantos sertanejos partiram em busca de novas frentes de trabalho em outras regiões. Mas a maioria dos prefeitos estima que mais de 50 mil sertanejos, com idades de 18 e 40 anos, cansados dos prejuízos da estiagem, deixaram sítios, povoados e as pequenas comunidades do Semiárido. Sem perspectiva de chuva para este ano, o êxodo continua.