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Incra vai cadastrar sem-terra acampados

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BLEINE OLIVEIRA O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propalou aos quatro ventos que, nos oito anos de sua administração, mais de 500 mil famílias foram assentadas em todo o País. O número é confirmado pelo governo Lula, mas há um ?porém? que a nova direção nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faz questão de mostrar aos brasileiros. Do total de assentados, 92%, ou seja, mais de 400 mil famílias, não têm acesso a abastecimento de água, 80%, ou 300 mil famílias, vivem em locais sem energia elétrica e 81% foram assentadas em áreas sem acesso a estradas para escoamento da produção agrícola. Diante do caos deixado por seu antecessor, o presidente Lula pode afirmar que não houve reforma agrária no Brasil, confirmando o discurso com o qual os movimentos sociais que lutam pela distribuição da terra deixam claro que não vão recuar em suas ações. A determinação do Incra as suas representações nos estados, é que sejam priorizadas as áreas assentadas e as famílias acampadas em rodovias, nos quatro cantos do País. O primeiro passo anunciado pelo instituto é o cadastramento dos sem-terra que estão nos acampamentos. A partir daí, começa o trabalho planejado pelo programa nacional de reforma agrária. Esse planejamento inclui a total reestruturação das áreas onde estão as 500 mil famílias assentadas nos últimos oito anos. Em Alagoas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), querem que o Incra e o governo do Estado invistam na construção de 150 quilômetros de estradas, na construção de postos médicos, escolas, sistema de abastecimento de água e na eletrificação das áreas assentadas. Reivindicações Há poucos dias, as duas organizações mobilizaram cerca de três mil camponeses, não apenas para um ato público em que condenaram a violência no campo e o assassinato de sem-terra por todo o País, mas, principalmente, para entregar ao governador Ronaldo Lessa e ao superintendente do Incra, agrônomo Mário Jatobá Agra, uma lista de reivindicações que esperam ver concretizadas. O plano nacional de reforma agrária promete investir, também, em melhorias nas condições dos acampamentos até que estejam definidos os processos de desapropriação já iniciados. A promessa é começar a distribuir cestas básicas, a partir de maio, e garantir a distribuição a 60.756 famílias por meio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Segurança Alimentar. O próprio superintendente do Incra em Alagoas reconhece que as condições de vida nos acampamentos são ?deprimentes?. Por isso, pretende acelerar as vistorias no Estado. Para o agrônomo Mário Agra, não há divergências entre o que desejam as organizações que lutam pela terra e o que prevê o projeto do governo. ?O que todos queremos é a reforma agrária que garanta assistência e estrutura às famílias assentadas? - afirma ele. Mas o coordenador da CPT, José Carlos Lima, deixa claro que os camponeses querem mais que promessas. ?Queremos uma política agrária? - declara, ressaltando que isso significa a execução de projetos de infra-estrutura (água, energia, estradas), assistência técnica, educação e saúde. Carlos Lima conclui dizendo que o que foi feito, até hoje, foi o assentamento de famílias e não a reforma agrária que os camponeses desejam.

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