No interior do Estado, Ciretran serve até de abrigo para urubu

A tecnologia contribui sensivelmente para reduzir os esquemas de corrupção, propina e falsificação de documento no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AL). O ex-presidente da autarquia, Antônio Carlos Gouveia (hoje presidente do Conselho Estadual de Segurança) criou modelos arrojados de enfrentamento às quadrilhas com envolvimento com desmanches de carros, falsificação de documentos, entre outros crimes, e conseguiu tirar o órgão das ocorrências policiais. Modernizou a maioria dos setores, inclusive de atendimento na capital. As mazelas, porém, ainda não acabaram. ?Tem Ciretran que serve de dormitório de urubu?, disse o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran de Alagoas (Sisdal), Cleibson Torres. Um dessas mazelas a que se refere os sindicalistas são as Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans), principalmente as estabelecidas em municípios pobres e mais distantes. ?O sindicato fez visitas às Ciretrans do interior e constatou situações constrangedoras. Numa delas, encontramos em baixo da mesa do café da manhã dos colegas um urubu. Essa é a situação da Ciretran de Matriz do Camaragibe?, repetiu o sindicalista, ao assegurar que são péssimas as condições de trabalho no interior. O sindicato fez fotos e, no ano passado, as encaminhou à direção do Detran. ?Não houve melhoria no funcionamento dessas Ciretrans. Continuam do mesmo jeito?, lamentou o sindicalista. Com relação às condições de trabalho dos servidores efetivos, Cleibson Torres explicou que a maioria dos 300 concursados trabalha na capital. Desses, 70 já estão aptos para se aposentar. Entre servidores efetivos e comissionados, o Departamento Estadual de Trânsito tem 390 servidores. A carência é de 140 servidores para atender, em condições razoáveis, à demanda em todo o Estado. ?Se hoje a gente vive em situação muito ruim em relação à carência de mão de obra no Detran, quando os 70 colegas se aposentarem o atendimento vai piorar?.