Cidades
VIOLÊNCIA OBSTÉTRIca AGRAVA DORES DO PArto

Piadas, violência física e negligência médica são alguns dos relatos de Victoria da Silva, 19 anos, que sofreu com a violência obstétrica durante o parto do pequeno Kauã Guilherme, de apenas 2 meses de vida, em uma maternidade na parte baixa de Maceió. Em conversa com a Gazeta, a jovem relembrou os momentos de tensão na unidade hospitalar, assegurando que o filho a fez superar o descaso enfrentado. ?Cheguei nas 40 semanas e três dias sem sentir nenhuma dor que indicasse o parto. Comecei a ficar preocupada e, então, resolvi ir até a maternidade. Fiz o exame de toque e o resultado foi apenas 2 cm de dilatação, o que me fez retornar para casa. No entanto, horas depois, comecei a sentir contrações e a sangrar. Voltei para a maternidade e foi constatado que houve um aumento na minha dilatação, porém, os médicos se negaram a me internar. Fiquei cerca de cinco horas esperando algo ser feito e, enquanto isso, sentia muita dor?, relatou. Ainda segundo Victoria, até o momento do nascimento do filho Kauã, foi preciso paciência. Sem apoio da equipe médica, fazia exercícios para aliviar a dor, mas a sensação incômoda só aumentava. ?Houve um plantão em que enfermeiros me colocaram no soro por acharem que eu não estava dilatando. Contudo, nada adiantou e, por isso, decidi retirar o líquido. Ao invés de me darem apoio, a equipe só me passava negatividade. Ficavam falando alto comigo. Me culpando pela situação?. Temendo o pior com relação a vida do filho, a jovem contou que decidiu acelerar o nascimento do pequeno, mesmo não tendo apoio necessário dos médicos e enfermeiros. ?Como não tive o momento da expulsão, estava com muito medo de perder meu filho. Comecei a fazer força, mesmo não tendo apoio de ninguém. Acho que passei mais de uma hora nessa agonia. A dor era muita aguda e, por isso eu sempre parava. Graças a Deus, meu filho conseguiu vir ao mundo?.