Cidades
Entidades querem mudar pol�tica p�blica

BLEINE OLIVEIRA As lideranças negras de Alagoas aproveitaram a passagem do dia 13 de maio, ontem, para reafirmar a necessidade de mudanças nas políticas sociais e educacionais brasileiras como única forma de combater a discriminação e o preconceito racial. Para essas lideranças, a data não tem significado de comemoração, pois consideram a promulgação da Lei Áurea, em 1888, como fato histórico que pouco trouxe de mudança na luta pelo resgate do direito dos negros à cidadania. O presidente da Comissão das Minorias Étnicas da Ordem do Advogados do Brasil (OAB/Alagoas), Alberto Jorge, lembra que, após a Lei Áurea, os negros permaneceram à margem da sociedade, sem que lhes fossem oferecidas quaisquer oportunidades de ascensão social ou de cidadania. ?Somos ainda maioria nas favelas, nos presídios, nos índices de desemprego?, disse o advogado, para quem o 13 de Maio não passou de ?uma falsa abolição?. Até hoje os negros brasileiros sofrem as conseqüências da secular escravidão. Passados mais de 300 anos da chamada abolição da escravatura, a raça continua sendo discriminada. ?Há avanços e isso é inegável, mas as estatísticas da discriminação mostram que ainda há muito o que fazer para modificar a visão preconceituosa de empregadores, da mídia eletrônica, da publicidade?, argumenta Alberto Jorge, lembrando que somente depois de perceber que há um mercado consumidor bastante atrativo entre os negros, é que estes passaram a aparecer em publicidade e a eles foram destinados produtos específicos.