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Nº 5813
Cidades

Cresce n�mero de adolescentes gr�vidas em AL

Vinte e sete por cento dos partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são de adolescentes até 19 anos. Elas enfrentam uma gravidez de alto risco, prematuridade no nascimento do bebê, que, em conseqüência, tem baixo peso para a idade gestacional

Por | Edição do dia 15/03/2002 - Matéria atualizada em 15/03/2002 às 00h00

Vinte e sete por cento dos partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são de adolescentes até 19 anos. Elas enfrentam uma gravidez de alto risco, prematuridade no nascimento do bebê, que, em conseqüência, tem baixo peso para a idade gestacional e sérias deficiências nutricionais. Segundo dados da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da OAB/Alagoas, 70% das gestantes adolescentes da periferia de Maceió são carentes e só fazem uma refeição por dia. A comissão realizou ontem, no Benedito Bentes, um ciclo de palestras para 150 mães adolescentes. “O objetivo é proporcionar às jovens mães momentos de reflexão, debates, troca de experiências sobre planejamento familiar, direitos da mulher, amamentação e cuidados com o bebê”, disse o presidente da OAB, José Areia Bulhões, que vai solicitar à Secretaria de Estado da Saúde a liberação de medicamentos para essa clientela. O pediatra Milton Ênio fez palestra sobre os riscos das tentativas de aborto com o uso do medicamento Citotec e outras recomendações com a saúde da gestante e do bebê. Houve ainda a participação da Igreja, através do padre Manoel Henrique, que falou sobre planejamento familiar e da Pastoral da Criança, com informações sobre amamentação. Segundo o coordenador da comissão da OAB, Gilberto Irineu, de dez mães adolescentes que estão na escola e engravidam, oito não retornam por três motivos: discriminação à gravidez; os próprios professores são preconceituosos ao abordar o assunto e a responsabilidade em assumir uma gravidez que também atrapalha o estudo. Em alguns casos, os pais expulsam as filhas de casa. É importante registrar que 14% das mulheres de 15 aos 19 anos já iniciaram a vida reprodutiva. “E necessário que se cumpra o artigo 8º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que obriga o SUS a dar suplementação alimentar a essas mães”, diz Gilberto Irineu, revelando que, no ano passado, a comissão atendeu 900 mães até 18 anos. Eliane Gomes dos Santos é um exemplo. Aos 15 anos, é mãe de Émile, de apenas dois meses. Vive com os pais e na gravidez enfrentou eclâmpsia e hipertensão.

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