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Sergipe vende as belezas alagoanas

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Maikel Marques Repórter Piranhas e Canindé - As praias do Litoral Norte e Sul figuram como se fossem o único destino do turista que desembarca em Alagoas. Operadores do ramo turístico disparam: o visitante brasileiro ou estrangeiro chega em Maceió e quase nenhuma informação recebe sobre o Lago de Xingó, entre as cidades de Piranhas e Olho d?Água do Casado, divisa com Sergipe. Considerado o quinto maior do mundo e o maior navegável do planeta, o lago compreende o Cânion do Rio São Francisco e abriga o Paraíso do Talhado, região cujas formações rochosas à margem do Velho Chico proporcionam passeio de beleza indescritível mundialmente conhecido como uma das atrações de Sergipe. Sergipe atua com precisão quando divulga o Cânion do Rio São Francisco. Resultado: o Lago de Xingó virou coisa sergipana. Isso porque Alagoas praticamente não divulga um dos seus principais cartões-postais, observa Álvaro Moreira, arquiteto e turismólogo da Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (Chesf) e responsável pelas primeiras inserções da região na mídia nacional. Divulgação Percebíamos o potencial e conseguimos as primeiras inserções na programação jornalística da TV Globo, diz. Antenado ao potencial da região, o governo de Sergipe investiu pesado em divulgação e agora colhe seus frutos. Mais de 90% de nossos clientes desembarcam em Aracaju, observa a empresária Vera Brasil. A empresária vive em Xingó (bairro de Piranhas), mas é proprietária do Karranca?s, restaurante flutuante à beira do Lago de Xingó, em Canindé do São Francisco (SE). Único empreendimento com estrutura para receber turista de qualquer parte do mundo, o negócio completou 10 anos. E seu principal atrativo é oferecer passeios pelo Cânion do São Francisco. Quarenta mil turistas por ano circulam pelo restaurante. Geralmente embarcam no catamarã Cotingiba, adquirido pelo governo de Sergipe para garantir qualidade e conforto ao turista que navega rumo ao alagoano Paraíso do Talhado. Alagoas não tem estrutura adequada para recepção do turista à beira do lago, ressalta Washington Rodrigues, proprietário de empresa que atua na recepção de turistas. A Prefeitura de Olho d?Água do Casado anunciou recentemente o projeto para construção de estrutura para recepção de turistas à margem de seu principal atrativo, o Paraíso do Talhado. As formações rochosas do Paraíso do Talhado são de beleza indescritível, afirma Enéas Dutra, turista potiguar que decidiu fazer o passeio quando chegou em Aracaju. Eu não sabia Eu não sabia que isso existia. E só agora fiquei sabendo que também estamos em Alagoas, confessou o turista. A reportagem O Chique do Sertão, publicada pela revista Veja, no dia 26 de maio de 2004, ainda rende comentários na região. Ilustrada com imagens do Paraíso do Talhado, a matéria diz que o Lago de Xingó fica em Sergipe. Esqueceu Alagoas O texto não faz qualquer referência a Alagoas. A divulgação sergipana é eficaz. O repórter não tem culpa de pensar que estava somente em Sergipe, comenta um empresário. Imagens do Talhado também ilustram folder da Prefeitura de Canindé do São Francisco (SE). ### Viagem rumo ao Paraíso do Talhado encanta turistas Lago de Xingó (AL/SE) - O delicioso passeio ao Paraíso do Talhado começa no restaurante flutuante, situado em Canindé do São Francisco, em território sergipano. A reportagem da Gazeta de Alagoas acompanhou um grupo de turistas que embarcou no catamarã Cotingiba às 13h40 da última quinta-feira. Destino: o Paraíso do Talhado, região de ilhas e de inúmeras formações rochosas esculpidas pela natureza. Depois das instruções sobre as medidas a serem adotadas em caso de acidente, a embarcação começa a cruzar as águas do Velho Chico. Turistas curtem a viagem ao som de trilha sonora regional. Na ida e na volta, a gente só toca música do Nordeste, garante o guia turístico. Entre um acorde e outro da sanfona de Luiz Gonzaga, os turistas apreciam o paredão da Usina Hidrelétrica de Xingó. Maior do mundo À medida que a embarcação cruza o reservatório, os turistas recebem a informação. Estamos no Cânion do São Francisco, o quinto maior do mundo e o maior em condições de navegabilidade. Os turistas vislumbram ilhas e formações rochosas em terras alagoanas. A Pedra do Gavião, o Morro dos Macacos e a Pedra do Japonês são alguns dos destaques da paisagem alagoana. Uma hora e meia depois do início da viagem, o catamarã atraca num pequeno cais flutuante diante da Gruta do Talhado, local propício para deliciosos banhos e mergulho nas águas do Velho Chico. Belíssimo! Belíssimo!, exclamava um casal de turistas italianos que também flutuava nas águas do Paraíso do Talhado. Um grupo de pescadores também fatura com o passeio. Cobra R$ 2 para cada pessoa que decide conhecer a gruta do Talhado, região de difícil acesso. No retorno ao restaurante flutuante, alguns dos turistas fazem hidromassagem pendurados numa rede amarrada no centro do catamarã. Maravilha a sensação de enfrentar as águas do São Franscisco, comentava uma turista maranhense. O passeio chega ao fim às 17h20, quando os turistas contemplam o pôr-do-sol e o paredão da Usina Hidrelétrica de Xingó, considerada a segunda maior hidrelétrica brasileira. |MM O jornalista Maikel Marques navegou pelo Lago de Xingó a convite de empresas de turismo de Alagoas. ### Oficina tenta solução para criar emprego e renda em AL Piranhas - Os ruídos em torno da divulgação precária do Cânion do São Francisco agitaram alguns dos debates da Oficina de Capacitação para Gestão do Turismo Sustentável da Região de Xingó, promovida pela Chesf, Codevasf, Ibama e Ministério do Meio Ambiente (MMA). O objetivo do encontro era a discussão de mecanismos capazes de consolidar o turismo sustentável nos municípios de Monte Alegre, Canindé do São Francisco, Poço Redondo (em Sergipe), Piranhas, Olho D´Água do Casado e Delmiro Gouveia (em Alagoas) e Paulo Afonso, na Bahia. O potencial é grande, mas o lucro fica com poucos, adverte Álvaro Moreira, especialista em turismo e um dos coordenadores do processo de conscientização dos gestores públicos e privados para a definição de estratégias que garantam emprego e renda à população da região. A exploração do turismo precisa superar a desorganização em alguns setores e garantir o chamado turismo sustentável com geração de emprego, renda e inclusão social, defende Álvaro Moreira, que trabalha na região de Xingó há três décadas. Ronaldo Fernandes Pereira, da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf/SE) afirma que o Rio São Francisco deve ser ponto de integração e não de divisão entre os estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. A oficina, que faz parte do programa de revitalização do Rio São Francisco, fomentou o debate sobre ecoturismo, um dos focos do Ministério do Meio Ambiente para a região ao redor do Lago de Xingó, entre os estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Alternativas Além do debate sobre a infra-estrutura dos municípios, outro ponto de discussão era o seguinte: o que fazer para manter o turista por mais de dois dias na região? Os municípios precisam integrar as demais atrações histórico-culturais, afirma o receptivo Washington Rodrigues. Ou seja: a maioria dos turistas passa o dia no Lago de Xingó e volta ao hotel [geralmente em Aracaju] sem visitar, por exemplo, a Usina Hidrelétrica de Xingó, uma das mais modernas do mundo. O casal de empreendedores curitibanos Elisabete e Ivan Bevilaqua desembarcou em Alagoas um ano atrás e logo abriu uma operadora turística com base na constatação de que havia público consumidor em Alagoas interessado em conhecer as atrações ao redor de Xingó. O casal firmou parceria com Washington Rodrigues, dono de uma agência receptiva em Canindé do São Franscisco. O objetivo é desenvolver o chamado Turismo Pedagógico. Queremos fazer com que os alagoanos conheçam o interior de Alagoas, diz Elisabeth Bevilaqua. De início, o público-alvo da parceria são estudantes e professores de escolas privadas da capital. A idéia é proporcionar lazer e conhecimento histórico a estudantes que não conhecem seu Estado, diz Washington. Além de Xingó - atrativo mais conhecido da região - existem outras opções de diversão: Rota do Cangaço [com visita ao lugarejo onde Lampião foi morto em 1938], Trilha do Talhado, Centro Histórico de Piranhas [cidade tombada pelo patrimônio histórico nacional], Fazenda Mundo Novo (SE), Museu de Arqueologia de Sergipe, Água Branca [terra dos Barões] e Paulo Afonso (BA). MM ### Parceria busca revitalizar Angiquinho Delmiro Gouveia - O pioneirismo do industrial Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, o homem que revolucionou o Sertão, é atração histórica de Delmiro Gouveia, cidade que viabiliza parcerias e busca recursos para recuperar e manter vivo o Sítio Histórico da Usina de Angiquinho, primeira hidrelétrica do Nordeste a utilizar o potencial hidrelétrico da cachoeira de Paulo Afonso, precursora do complexo de usinas do sistema Chesf. A Usina de Angiquinho representa o sonho do revolucionário que, utilizando-se de uma bomba centrífuga de 150 cavalos importada da Alemanha, levou energia elétrica à Vila da Pedra [Delmiro Gouveia] em 24 de junho de 1914, quando Recife ainda dependia da luz de candeeiro. Encravada no cânion do São Francisco, a usina ainda conserva o maquinário importado pelo industrial. Parceria A Fundação Delmiro Gouveia e a prefeitura do município uniram forças em busca de parcerias com a Chesf, governo do Estado com objetivo de revitalizar o sítio histórico. A Chesf utilizará R$ 500 mil na obra emergencial que preparará o local para o recebimento de turistas. O objetivo da Secretaria Municipal de Turismo é, no futuro, garantir a sustentabilidade do empreendimento. Pretendemos fazer do município importante pólo turístico da região, diz Cláudia Camilo, secretária municipal de Turismo. O turismo de aventura com ênfase na questão histórica é outra aposta do município. Forró e Cangaço Como forma de resgatar o potencial da região, a Prefeitura e a Fundação Delmiro Gouveia preparam para o final do ano o projeto Forró, Sanfona e Cangaço. O seminário discutirá o ciclo do cangaço e a cultura nordestina em três cidades alagoanas: Água Branca, Piranhas e Delmiro Gouveia. MM Colaborou a jornalista Veruscka Alcântara, de Delmiro Gouveia.

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