Cidades
Vendedores de CDs e DVDs querem legalizar o gato

| FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Ligações clandestinas de energia são comuns entre os ambulantes que vendem CDs e DVDs nas ruas do Centro. Eles precisam da energia para colocar em funcionamento os aparelhos para demonstração de seus produtos. Mas esse tipo de ligação, sem autorização da Ceal, além de ser considerado crime de furto de energia, aumenta o risco de curto-circuitos na rede elétrica. O ambulante Genival Joaquim está no Centro há mais de 15 anos. Começou vendendo fitas cassetes, depois passou para CDs e DVDs. Ele sempre precisou de energia para tocar seu negócio. Segundo ele, se a Ceal quisesse regularizar a situação e cobrar a taxa pelo uso da energia direto do poste, ele não se incomodaria. Não queremos furtar energia de ninguém. A gente quer fazer o que é direito, diz Genival, mais conhecido como Gil. O ambulante disse que se preocupa com a questão de segurança. Por isso, troca a fiação que usa regularmente e segue a orientação da Associação dos Ambulantes para só usar cabos duplos. Só não instalou ainda um disjuntor, como recomenda a associação. Segundo o presidente da Associação dos Ambulantes e Prestamistas do Centro de Maceió, Laércio Lira, existem hoje pelo menos 18 ambulantes cadastrados trabalhando com a venda de CDs e DVDs. Isso sem contar com os não-cadastrados, que, nas contas da associação, são muitos. Segundo Laércio, a grande preocupação é em relação à segurança dos próprios ambulantes, que muitas vezes usam fios inadequados para fazer essas ligações. A associação vem orientando os ambulantes a usarem cabos 2x2 duplos e disjuntores de 10 ou 15 ampáres para fazer as ligações. No caso de um curto-circuito, os disjuntores seriam disparados, evitando um acidente maior. O problema enfrentado pelos ambulantes para colocar os disjuntores é que, sem proteção, muitos deles são roubados. A idéia era colocar caixas de proteção para evitar que esses disjuntores fossem roubados. ### Ceal alerta para riscos e ameaça até com prisão Para o presidente da Associação dos Ambulantes e Prestamistas do Centro de Maceió, Laércio Lira, se a prefeitura ou a própria Companhia Energética de Alagoas (Ceal) buscassem regularizar a situação, os ambulantes não fariam ligações clandestinas. Os ambulantes querem pagar pela energia que usam. Todos eles querem regularizar a situação, garante Laércio. Ele acrescenta que alguns ambulantes puxam a energia de estabelecimentos comerciais, que já possuem sistema de disjuntores, em acordo com os próprios lojistas. Isso sempre foi uma prática comum. Não é intenção deles fazer gambiarras colocando em risco a segurança dos consumidores. Furto O superintendente de Redução de Perdas da Ceal, Leonardo Gominho, alerta para os riscos que o ambulantes correm ao fazer ligações clandestinas. Segundo ele, os vendedores podem ser presos por furtos de energia, caso não regularizem a situação e sejam apanhados em flagrante. Gominho diz que os ambulantes podem regularizar essa situação, fazendo uma solicitação à Ceal para colocação de medidores de energia nos postes próximos ao local onde estão instalados. Essa solicitação, de acordo com ele, deve ser feita no setor de Regularização de Ligações Clandestinas, que funciona na Rua José Bonifácio, no Centro da cidade. Não adianta apenas fazer a colocação de disjuntores, se não houver a colocação desses medidores para saber a quantidade de energia usada, observou Gominho. Ele salientou, no entanto, que a solicitação só pode ser feita pelo ambulante que seja cadastrado na Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU). |FA