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Bairros pobres sofrem com falta dágua há 15 dias

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MARCOS RODRIGUES Repórter A falta d?água provocou, ontem, uma revolta dos moradores do Vale do Reginaldo II, localizado no bairro no Feitosa, próximo à Ponte da Estação Rodoviária. Há 15 dias sem uma gota nas torneiras, as 400 famílias contam com a solidariedade de outros moradores para encher baldes de água para cozinhar, limpar banheiros e lavar roupas. O problema atinge também os bairros de Cruz das Almas e parte da Jatiúca. No Reginaldo, a situação afeta casas com famílias de até sete pessoas, com renda inferior a um salário mínimo. A reclamação é maior porque os recibos com as cobranças não têm deixado de chegar às residências. Sofrimento O sofrimento provocado pela falta d?água tem criado situações absurdas como a escolha de quem terá prioridade na hora do banho. É terrível porque os adultos deixam de tomar banho para garantir o das crianças, revela a dona-de-casa Alaíde Vieira, que mora numa casa com cinco pessoas. Ela, assim como a maioria, passa o dia indo buscar água num outro ponto do bairro, onde uma ligação da encanação do bairro do Farol garante a presença do líquido. A moradora Josefa Elvira dos Santos, 64, não esconde a decepção com a falta d?água. Dizendo-se estar com dores no braço, ela contava, ontem, ter feito seis viagens para garantir o mínimo de limpeza no banheiro. Estou com o braço que não agüento de dor. Até o meu filho chegar à noite, sou eu que fico de um lado para o outro, comentou mostrando o recibo quitado da Companhia de Abastecimento d?Água de Alagoas (Casal). Na casa da moradora aposentada Maria Borges, a situação é ainda mais delicada. Sua irmã, Sebastiana Borges, foi acometida de um derrame cerebral e, segundo ela, requer cuidados especiais. Como ela não se levanta da cama, faz necessidades fisiológicas no local sujando muitas peças de roupas, lamenta, acrescentando: Os pratos de comida eu deixo para lavar à noite. A água que consigo com os vizinhos utilizo para lavar lençóis e roupas, revelou com ar de cansaço. Sem noção do problema, o pequeno João Carlos de apenas dez dias de vida também sofre com a falta d?água. As trocas de fraldas, por não serem seguidas de banho, têm provocado assaduras na região da virilha do recém-nascido. A mãe do bebê, Maria Cícera da Conceição, que ainda se recupera do parto, apela para a solidariedade dos vizinhos. São eles que me apóiam trazendo um pouco de água. As crianças, mesmo pequenas, se juntam e também trazem um balde com água, disse a mulher diante de uma pia cheia de pratos e roupas empilhadas. Cobrança Sem ter a quem apelar, as queixas dos moradores recaem sobre o presidente da associação de moradores da localidade, Edvaldo Francisco de Lima. Mas até ele é vítima do problema. A falta d?água tem prejudicado a limpeza das caixas de leite que utilizamos para distribuir com a comunidade, conta. Segundo Lima, desde a semana passada, quando manteve contato com a Casal, nada mudou no bairro. O 080082195, número disponibilizado pela empresa, tem sido acionado mas a solução ainda não veio. Enquanto isso a pressão é grande. As pessoas estão perdendo a paciência, admitiu Edvaldo. O líder comunitário disse ainda que além da água a comunidade tem problemas com a rede elétrica, com saneamento básico e enfrentam entupimento nas galerias pluviais. ### Na Aldeia do Índio, água só tarde da noite A Casal admitiu ontem a existência do problema nos bairros do Feitosa, Cruz das Almas e Jatiúca e informou que trabalha para solucioná-los. Segundo informações da Assessoria de Comunicação, os reparos na rede, que têm provocado a suspensão no fornecimento de água, já iniciaram, mas ainda continuarão causando transtornos em algumas áreas. Mas, na Aldeia do Índio, em Cruz das Almas, o problema vai além da rede que abastece a região. O poço que servia à comunidade secou. A solução foi o reaproveitamento de uma caixa de distribuição no bairro do Jacintinho. Ainda assim a água só tem chegado na parte da noite. O negócio é ficar acordado até tarde para tentar manter as caixas e depósitos cheios, diz o vice-presidente da associação de moradores Cícero Messias Soares Ferreira. Um caminhão escavador de poço já se encontra no local para tentar encontrar água numa profundidade ainda maior. Enquanto isso, durante o dia, a solução, para os moradores, ainda é a lata d?água na cabeça. Com relação aos problemas no abastecimento que atingem os bairros da Jatiúca e Cruz das Almas, a Casal disse que já havia identificado a área atingida e, ontem à noite, já existiam indicativos no retorno normal do fornecimento. Segundo a companhia, a regularização total dependeria dos níveis dos reservatórios e seu respectivo bombeamento, o que pode ocorrer ainda hoje. |MR

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