Cidades
Sem limites para satisfazer uma paixão

| FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Os dias ensolarados de verão são convidativos à prática de esportes. E modalidades esportivas é que não faltam para quem quer manter o corpo em forma ou simplesmente se divertir com os amigos. Alguns deles não custam quase nada, como as tradicionais peladas na areia da praia, mas outros, além de disposição, requerem muito dinheiro no bolso. Para os aficionados por esses esportes, não há limites para satisfazer a paixão. O dentista Stênio Borges há dois anos aderiu a trilhas com bicicletas e a competições de mountain bike. Ele investiu R$ 9,5 mil para equipar uma bicicleta. Um dos fatores que aumentam o custo desse esporte é que ele exige muito da bicicleta, e, por isso, elas têm de oferecer uma boa resistência. E as melhores, nesse caso, são as importadas. As melhores bicicletas para a prática desse esporte são americanas, francesas e tailandesas, diz Stênio. Para agüentar o tranco das trilhas, que em média chegam a ter um percurso de 40 quilômetros, as bicicletas precisam ser equipadas com um bom câmbio, suspensão e quadro. Além disso é preciso usar equipamentos de segurança individual como capacetes, luvas e joelheiras. Um conjunto desses gira em torno de R$ 500,00. Para quem gosta de aventuras e tem folga no orçamento, uma boa opção é a prática das chamadas técnicas verticais - rapel, tirolesa, escalada e montanhismo. O professor de informática Tácio Rodrigues sempre foi fascinado pelo excursionismo e há quatro anos aderiu às técnicas verticais. A paixão pelo esporte o levou a montar a Gato do Mato Expedição Ecológica, que visa à exploração da natureza por meio de esportes radicais. A empresa promove cursos com duração de 40 horas, ao custo de R$ 150,00. Além dos cursos, quem pensa em praticar rapel ou escalada precisa também investir em equipamentos como capacetes, mochilas e tênis especiais para escaladas. Segundo Tácio, entre os equipamentos básicos exigidos para o rapel, por exemplo, está uma cadeirinha, que custa entre R$ 150 e R$ 200. Outro equipamento são os chamados mosquetões - hastes que são presas à cadeira para prender as cordas -, que custam cerca de R$ 50,00, capacetes, que giram em torno de R$ 100,00 e pelo menos 100 metros de corda. Uma corda nacional custa em média R$ 4,00 o metro. Um dos esportes que também vêm atraindo a atenção é o mergulho. Mas que também exige um pouco de investimento. O uruguaio Alejandro Vogelsang montou a Escola Discovery Sub de mergulho, na Praia do Francês. Nessa época de verão, quando a praia está tomada pelos turistas e as águas estão ainda mais límpidas, não faltam interessados em aprender as técnicas de mergulho. O curso, cuja duração pode variar de quatro dias a um mês, é composto por aulas práticas e teóricas e tem custo de R$ 650,00, mais taxa de R$ 100,00 por saída. Segundo Alejandro, os alunos não precisam se preocupar com equipamentos, que são fornecidos pela escola. Ele também aluga esses equipamentos para quem quer praticar mergulho sem investir em material. ### De gente rica, tênis vira mania em AL Alguns esportes ganharam a fama ao longo do tempo de serem só para gente rica, como é o caso do hipismo e do tênis. Mas, aos poucos, esse mito vem sendo derrubado. Segundo o vice-presidente do Tênis Clube, Leonardo Pinto Júnior, depois da chamada gugamania, que se deu com a ascensão internacional do tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o tênis se tornou um esporte mais popular. Hoje, existem quase 50 quadras de tênis em Alagoas e cerca de 1.400 praticantes. O tênis tem sido usado até para o desenvolvimento de projetos sociais, como em Barra de Santo Antônio, onde foram construídas quadras e hoje 100 crianças e adolescentes estão sendo treinadas. O mesmo projeto deve entrar em funcionando em fevereiro, no município de Porto de Pedras, com previsão de atender cerca de 300 crianças e adolescentes. Um dos fatores que contribuem para que algumas pessoas se afastem da prática do esporte é a necessidade de aquisição de alguns equipamentos, nem sempre são tão baratos. O professor de tênis Gileno Damasceno de Oliveira discorda. Segundo ele, o preço do material básico para a prática de tênis, como raquetes e jogos de bolas, estão hoje muito mais acessíveis. Em relação ao uniforme não há grande exigência, apenas os tênis têm que ser próprios para as quadras de saibro, de barro, ou tênis fest, com britas. Para Leonardo Pinto, o tênis é contagiante e vira vício. Segundo ele, o esporte é recomendado para pessoas de 8 a 80 anos. Famílias inteiras jogam tênis. É um esporte que passa de pai para filho. Ele salienta que o tênis é um esporte disciplinador. Quem não tem disciplina não joga. A prática do esporte também estreita laços de amizade. No Tênis Clube existe um grupo que chega, pelo menos três vezes por semana, para jogar a partir de 5 horas da manhã. E apesar da idade de alguns, o que não falta é disposição. Hipismo O presidente da Federação de Hispismo, Diogo Rebelo, é outro que sai em defesa do esporte quando afirmam que ele não é acessível para todos. Hoje, no Estado, existem cerca de 30 conjuntos de hipismo (cavaleiro e cavalo) em Alagoas. O número deve chegar este ano a 54. A escola de hipismo funciona no Parque da Pecuária, no Trapiche. Diogo afirma que o preço da escolinha de hipismo, atualmente de R$ 115 mensais, é equivalente a qualquer curso de idiomas ou informática. E não é preciso ter cavalo para ser um cavaleiro ou amazona, já que o animal é fornecido pela escola. Além do cavalo, é preciso usar o uniforme, formado por uma bota e calça especial. Esse kit custa entre R$ 80 e R$ 90. FAS