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quinta-feira, 26/06/2025 | Ano | Nº 5997
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MTL fecha rodovias para forçar acordos

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CARLA SERQUEIRA Repórter Mil famílias coordenadas pelo Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) bloquearam, na manhã de ontem, três rodovias, sendo uma estadual (AL-101) e duas federais (BRs101 e 104), nos municípios de Maragogi, Porto Calvo, Flexeiras e Murici. Em Atalaia, 50 delas ocuparam a agência do Banco do Brasil com o objetivo de renegociar dívidas. Os bloqueios e a ocupação do banco só foram desfeitos depois que o Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, por volta das 12 horas agendou uma audiência entre os líderes do MTL e membros do governo do Estado, da Secretaria de Defesa Social e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A reunião ficou marcada para a próxima quarta-feira, dia 22, no Palácio Floriano Peixoto, em Maceió. Pauta extensa Na pauta do movimento constam 80 reivindicações. A primeira pede a nomeação de um delegado especial para apurar as agressões sofridas por sem-terra, em Murici, na madrugada do dia 8 deste mês. De acordo com eles, seis pessoas ficaram feridas quando dezenas de homens armados invadiram um acampamentos do MTL, instalado entre as fazendas Bela Vista e São Bernardo, e os expulsaram de lá. Os sem-terra acusam o ex-prefeito da cidade Remi Calheiros e o deputado federal Olavo Calheiros como mandantes das agressões. Não vamos deixar de graça, afirmou o líder estadual do MTL, José Paulo. Entre as demais reivindicações estão a desapropriação de terras, regularização de lotes, liberação de créditos e cestas básicas, trabalhos de topografia, além de água, energia, assessoria jurídica, casas de farinha, escola, postos de saúde e saneamento básico para alguns assentamentos. Ao todo, 4 mil famílias integram o MTL em Alagoas, distribuídas em 42 acampamentos e 10 assentamentos. ### Estrada de barro garante acesso a litoral FERNANDO VINÍCIUS Repórter Na AL-101 Norte, entre as cidade de Matriz do Camaragibe e Porto Calvo e em dois pontos de Maragogi, divisa com Pernambuco pela via litorânea, enquanto aguardavam resposta do Incra, os manifestantes articulavam entre si formas de mobilização para manter o bloqueio. A primeira barreira montada em Maragogi estava sobre a ponte do Rio dos Paus, enquanto a segunda, em Barra Grande, impedia a passagem de veículos que estavam driblando o bloqueio através de estradas de barro. Apesar de contar com trabalhadores sem-terra, a maioria dos agricultores que participaram dos bloqueios em Maragogi veio do assentamento Buenos Aires, o maior e mais recente do município, que tem 16 núcleos de reforma agrária. As prioridades para os novos assentados são o parcelamento em lotes da área de 1.270 hectares, instalação das redes de energia elétrica e água tratada. Representantes dos assentamentos Manjebura, Melos, Costa Dourada e Pau Amarelo exigem a renegociação dos débitos de financiamento das lavouras, execução de projetos elaborados em convênio entre o Incra e a Secretaria Estadual de Infra-estrutura, assistência técnica e social, construção de estradas, extensão do serviço aos lotes que não foram beneficiados e revisão da tarifa de energia. A presença da Polícia Militar durante a manifestação evitou confrontos entre manifestantes e motoristas. ### Bulhões, gerente do BB:Atendimento rápido evitou tumulto Atalaia - A ocupação da agência do Banco do Brasil, ontem, por 50 famílias do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) foi pacífica, segundo o gerente da unidade, Francisco Bulhões. A maioria deles não chegou nem a entrar na agência, disse, ao afirmar que tratou logo de recebê-los assim que chegaram, para evitar tumulto. Eu acredito que a rapidez no atendimento evitou confusão, observou. Três lideranças foram recebidas pelo gerente do BB. Eles vieram renegociar dívidas. Expliquei como devem proceder. Eles vão analisar e acertamos uma outra reunião para a próxima quinta-feira (23), disse Bulhões. Ele afirmou que não pode divulgar o valor da dívida dos sem-terra por causa do sigilo bancário. De acordo com Bulhões, os sem-terra chegaram por volta das 10h30 e às 12h deixaram o banco. A ocupação do BB em Atalaia foi boa mesmo para os vendedores de caldo-de-cana, instalados em frente à agência. Tinha bem umas trezentas pessoas. Estavam tranqüilas, pediram caldo e graças a Deus, pagaram, disse o ambulante Manoel Messias.

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