Desastre ambiental
Pesquisadores pedem fundo para pesquisa sobre óleo no litoral
Proposta foi feita ao Ministério da Ciência e Tecnologia e prevê recursos de R$ 18 mi para o Nordeste

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) analisa pedido feito por presidentes das fundações de pesquisa dos Estados do Nordeste para que seja criado um fundo financeiro de cerca de R$ 18 milhões para financiar pesquisas sobre o óleo que mancha o litoral nordestino desde setembro. A carta com o pedido foi enviada ao ministério na última sexta-feira,1, e o anúncio em Alagoas foi feito ontem pelo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes. Segundo ele, Alagoas deve receber cerca de R$ 2 milhões. “O ministério já informou que o pedido está em análise e o recurso deve ser usado para pesquisa de médio e longo prazo. O fundo deve ser gerido também com contrapartidas dos Estados”, explicou. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva após reunião da Força-Tarefa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que estuda o problema. A reunião aconteceu na Associação Comercial, no bairro do Jaraguá. A Reitora da Ufal, Valéria Correia, anunciou que foram solicitados, de modo emergencial, R$ 100 mil à Petrobras para financiamento imediato das pesquisas em andamento. Na carta enviada ao ministério, e a que a Gazeta de Alagoas teve acesso, os pesquisadores pedem o lançamento de uma chamada pública, em rede, para financiar projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que tratem do tema do derramamento do óleo na costa da região; a disponibilização de recursos financeiros da ordem de R$ 1 a 2 milhões por estado com contrapartida dos tesouros estaduais de um terço do valor a ser desembolsados entre 2020-2021; a criação, no médio prazo, de um banco de dados das informações coletadas e produzidas a partir dos resultados das pesquisas que ficará à disposição de uma estratégia nacional de novos protocolos de proteção ambiental e para futuras pesquisas. Sobre os recursos solicitados à Petrobras, Guedes informou que já há um fundo específico para estudos relacionados ao tema. “É preciso agora que o ministério da Economia faça o descontingenciamento dos recursos”, explicou. Acerca dos danos ambientais, o professor da Ufal Emerson Soares afirmou que problemas como esse em outros países tiveram danos que perduraram vinte anos. “É preciso fazer estudos aprofundados para que se possa passar informações concretas e fidedignas”, destacou.