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Nº 5854
Cidades

Defensoria quer soltura de padrasto de Danilo

Na avaliação de Marcos Freire, defensor público que atua no Juizado da Violência Doméstica de Arapiraca, não há requisitos suficientes para sustentar a prisão preventiva de José Roberto Morais, padrasto do garoto Danilo Almeida, 7 anos, assassinado no mês

Por regina carvalho | Edição do dia 12/11/2019 - Matéria atualizada em 12/11/2019 às 18h28

Na avaliação de Marcos Freire, defensor público que atua no Juizado da Violência Doméstica de Arapiraca, não há requisitos suficientes para sustentar a prisão preventiva de José Roberto Morais, padrasto do garoto Danilo Almeida, 7 anos, assassinado no mês passado no Clima Bom, parte alta de Maceió. José Roberto é apontado como suspeito dos crimes de estupro de vulnerável, lesão corporal, cárcere privado e tentativa de homicídio contra a ex-mulher e a enteada, entre os anos de 2009 e 2010, quando ainda morava em Arapiraca. “Com 39 minutos depois que a delegacia recebeu o mandado, a prisão já estava sendo cumprida em Maceió. Entendo que não estão presentes os requisitos para a prisão preventiva, por isso protocolei o pedido de revogação”, afirma o defensor público. A prisão de José Roberto Morais foi decretada pelo juiz Alexandre Machado – do Juizado de Violência Doméstica Contra a Mulher de Arapiraca – e cumprida após diligência da Polícia Civil. “Vejo alguns pontos que chamam a atenção nesse caso, primeiro em relação ao tempo que se deram os fatos e que somente agora foram investigados; segundo, os crimes foram investigados pelos próprios policiais de Maceió que foram denunciados pela prática de tortura, mas deveria ter sido outra delegacia e em terceiro como se deu, pediram a prisão e ele (José Roberto) sequer foi ouvido sobre os fatos”, explica Freire. José Roberto - que é padrasto do menino Danilo Almeida – morto a facadas, crime até agora não elucidado pela polícia, chegou a denunciar com a esposa delegados que conduzem a investigação sobre o assassinato do garoto. “Os delegados saíram do seu distrito, não teve nenhuma comunicação para a delegacia especializada de violência doméstica de Arapiraca, apenas procederam a diligência, ouviram duas pessoas em Arapiraca sobre os fatos e efetuaram diligências até em Sergipe. Ouviram a vítima e a enteada em Aracaju, no caso os mesmos delegados que estão investigando o caso Danilo. Sobre a forma como procedeu é no mínimo curiosa toda essa celeridade e porque só vieram à tona dez anos depois”, questiona Marcos Freire. Segundo o defensor público, o mandado de prisão preventiva foi expedido às 14h17 do dia 7, somente encaminhado à delegacia às 15h26 e pouco depois das 16 horas o José Roberto já estava na delegacia sendo informado que estava preso. No fim do mês passado, o Ministério Público Estadual (MPE) anunciou a instauração de procedimento para investigar a denúncia de suposto abuso policial praticado por delegados que apuram o assassinato do menino Danilo Almeida. No vídeo entregue às autoridades, a mãe de Danilo – Darcineia Almeida - chora e conta que foi ameaçada e agredida pelos delegados da Polícia Civil Fábio Costa e Bruno Emílio.

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