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Nº 5854
Cidades Serra da Barriga, em União dos Palmares, concentrará comemoração da Consciência Negra

Consciência Negra: Serra da Barriga terá programação cultural

Atividades ocorrerão durante todo o dia, a partir das 5h, no Memorial Quilombo dos Palmare

Por Da Redação | Edição do dia 20/11/2019 - Matéria atualizada em 20/11/2019 às 06h00

Nesta quarta-feira, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares. A comemoração está no calendário oficial do país, instituída por lei federal de 2011. Mas apenas alguns estados e capitais, como Alagoas e Maceió, consideram a data feriado e decretam paralisação Em Alagoas, as comemorações do Dia da Consciência Negra se concentram na Serra da Barriga, em União dos Palmares. Está prevista uma agenda com atrações musicais, culinária, pronunciamentos oficiais e de homenagens. As atividades ocorrem durante todo o dia no Parque Memorial Quilombo dos Palmares. Já a partir das 5h, está marcada a tradicional cerimônia em homenagem aos ancestrais na Lagoa Encantada dos Negros. Às 8h, tem degustação da culinária afro-brasileira no restaurante Kúuku Náana e às 10h acontece a apresentação da Orquestra de Tambores de Alagoas no Espaço Batucajé. Às 10h15, tem homenagens a Zumbi dos Palmares e pronunciamento de autoridades. No período da tarde tem atividades culturais com apresentações de grupos convidados. O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é atribuído a morte do herói nacional Zumbi dos Palmares, ocorrida em 1645, e remete a reflexão sobre diversas questões negras no Brasil.

POLÊMICA

O 20 de novembro, que marca a morte de Zumbi dos Palmares em 1695 e foi adotado como símbolo pelo movimento negro, é crescente alvo de críticas por uma parte considerável da direita. Conservadores consideram Zumbi, no mínimo, uma figura do qual se sabe muito pouco, e que portanto não merece o título de herói nacional. Alguns o veem como um personagem violento, que criou uma corte em torno de si e tolerava algumas formas de escravidão. Mais adequado, diz a direita, é celebrar o 13 de maio, data da Abolição da escravatura pela Princesa Isabel, em 1888. Ou relembrar personagens históricos como Luís Gama, advogado negro que foi escravo e se tornou um dos grandes abolicionistas brasileiros. Por trás da discussão histórica, há a sempre presente polarização do debate público. A direita entende que o 20 de novembro é utilizado pela esquerda em um contexto mais amplo, o dos movimentos identitários, que se traduzem em políticas como cotas raciais nas universidades. O vereador paulistano Fernando Holiday (DEM), que é negro, apresentou projeto na Câmara de São Paulo para acabar com o Dia da Consciência Negra. “Eu até entendo o motivo pelo qual a esquerda defende o dia da Consciência Negra tal qual é hoje, porque acredita que se deve dar o mérito da libertação para um negro. Mas a escolha por Zumbi mais ajuda do que combate o racismo, é uma figura que segrega”, afirma Holiday. O vereador diz considerar importante que haja uma data no calendário para marcar o movimento negro. Afirma não ter oposição a que seja o 13 de maio, mas sua preferência recai sobre a figura de Gama. “Ele ajudou como advogado na libertação de mais de 600 escravos. Superou a sua própria realidade de discriminação. E é uma figura histórica que representa muito bem a superação do racismo pela meritocracia”, declara. Para Holiday, a data poderia ser comemorada em 24 de agosto, dia da morte de Gama em 1882, aos 52 anos.

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