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Nº 5856
Cidades

Consumo de álcool cai, mas ainda é elevado em Maceió

Levantamento mostra que 17,7% dos entrevistados disseram ter bebido quatro ou mais doses nos trinta dias anteriores

Por thiago gomes | Edição do dia 23/11/2019 - Matéria atualizada em 23/11/2019 às 06h00

Em um ano diminuiu, mas ainda é alto o percentual de adultos que ingerem bebidas alcoólicas em Maceió. O levantamento Vigitel [Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico] divulgado pelo Ministério da Saúde apontou que, de 2017 para 2018, o número de maceioenses que confirmaram ter consumido mais de quatro doses de algum produto contendo álcool caiu um pouco. Os dados comparativos mostram que, há dois anos, 18,2% dos que foram entrevistados pela pesquisa revelaram que beberam, nos últimos trinta dias, de quatro ou mais doses (no caso das mulheres) ou cinco ou mais doses (homens). No ano passado, este percentual desceu para 17,7%. Se dividir por gênero, o índice dos que bebem é muito maior no sexo masculino (alcançou 28,8% em 2018). Era maior no ano anterior (29,2%). Entre elas, o quantitativo foi de 8,8% no ano passado e era de 9,2%, em 2017. Também foi analisado o percentual de maiores de 18 anos que referiram conduzir veículos motorizados após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica. Na capital alagoana, a Vigitel expôs que aumentou de 3,4% (em 2017) para 4,3% (em 2018) a quantidade de pessoas que cometeram este tipo de infração de trânsito e colocaram a própria e a vida dos outros em risco. Por sexo, o índice também subiu. Entre as mulheres, saiu de zero para 1,3%. No caso dos homens, cresceu de 7,2% para 8,1%. Como o levantamento tem um índice de confiança de 95% e uma margem de erro considerada, é possível dizer que a porcentagem do sexo masculino que informou ter dirigido após beber tenha oscilado entre 3,9% e 12,4% no ano passado. Não passava de 10% (considerando a margem de erro) em 2017. “A falta de atividades físicas é o reflexo da sociedade sedentária atual. O álcool é muito danoso. Metabolizado no fígado, ele é capaz de destruir os nutrientes que poderiam ser absorvidos pelo corpo, além de prejudicar a função hepática. Há várias implicações para quem bebe. A longo prazo, pode causar uma desnutrição, uma resistência insulínica, problemas de metabolismo de nutrientes, a questão social”, afirmou o nutricionista Rômulo Damasceno. Por outro lado, o álcool também pode contribuir para acelerar quadro de obesidade. A mesma pesquisa revelou que um a cada cinco maceioenses, em média, convive com a obesidade. Em Maceió, 18,5% disseram ser obesos. O público feminino é o que mais sofre com a doença. E ainda tem um dado alarmante: mais da metade da população local tem excesso de peso.

MULHERES

O endocrinologista Edson Perroti afirmou que destaca como um dos agravantes o consumo de álcool abusivo que ainda é alto entre os homens, mas destaca, sobretudo, a frequência de ingestão entre as mulheres. Como explica, o sexo feminino tem metabolismo diferente do masculino e a absorção das substâncias se dá de maneira divergente.

DADOS GERAIS

Em termos gerais, os números apresentados em Maceió estão em um patamar semelhante aos de outras capitais pesquisadas. Em 2018, a frequência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas variou entre 13,8% (menor percentual) em Manaus e 23,5% em Salvador. As maiores frequências, entre homens, foram observadas em Palmas (32,5%), Salvador (31,6%) e Florianópolis (31,0%) e, entre mulheres, em Salvador (16,7%), Belo Horizonte (16,4%) e Vitória (15,5%). As menores frequências do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no sexo masculino ocorreram em Porto Alegre (18,3%), Manaus (19,9%) e Rio Branco (20,2%) e, no sexo feminino, em João Pessoa (7,4%), Curitiba (7,9%) e Natal (8,0%). No conjunto das 27 cidades, a frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias foi de 17,9%, sendo maior em homens (26%) do que em mulheres (11%). Em ambos os sexos, a Vigitel esclarece que a frequência dessa condição tende a diminuir com a idade e aumentar com o nível de escolaridade. No ano passado, a taxa dos que referiram conduzir veículos motorizados após o consumo de bebida alcoólica (qualquer quantidade) variou de 2,2% em Recife a 14,2% em Palmas. As maiores frequências entre homens foram observadas em Palmas (22,4%), Teresina (21,7%) e Florianópolis (17,7%) e, entre mulheres, em Florianópolis (7,0%), Palmas (6,7%) e Campo Grande e Teresina (4,7%). As menores frequências, entre os homens, ocorreram em Recife (4,1%), Rio de Janeiro (4,5%) e Vitória (5,6%) e, entre as mulheres, em Belém (0,6%), Recife (0,7%) e Salvador e Vitória (1,1%). No conjunto das 27 cidades, 6,7% dos indivíduos referiram conduzir veículo motorizado após consumo de bebida alcoólica, sendo essa proporção notadamente maior entre homens (11,7%) do que entre mulheres (2,5%). No conjunto da população, a prática de dirigir após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica foi maior na faixa etária de 25 a 34 anos e tendeu a aumentar com a elevação do nível de escolaridade.

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