Além do azul, o mês de novembro ganhou também a cor roxa, que sensibiliza a população sobre o nascimento de bebês prematuros, aqueles que nascem antes do tempo previsto. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em Alagoas, somente neste ano, 3.690 bebês nasceram com menos de 37 semanas de gestação e, por isso, a campanha - que acontece em todo o País - visa promover diversos cuidados, em especial para mulheres, para que tenham uma gestação segura. Sandreane Maria Vieira, por exemplo, é mãe de primeira viagem, mas o seu percurso gestacional terminou antes do tempo e de um jeito inesperado. Ela teve pré-eclâmpsia e o seu bebê nasceu com 26 semanas, o que equivale a seis meses de vida. “Passei 14 dias no hospital, tentando segurar o bebê por mais tempo, mas chegou a um certo ponto em que a minha saúde estava em risco e a do meu filho também”, falou ela, que está internada na Maternidade Santa Mônica, referência no atendimento a gestantes de alto risco no Estado. A recuperação dela, no entanto, está indo bem. O recém-nascido Everaldo Levy veio ao mundo com 970 gramas e, após um mês de internação na unidade hospitalar, já pesa 1,5 kg. “É a fé que nos sustenta, por isso que a saúde dele está progredindo. Vamos sair daqui vitoriosos”. Também internada na Santa Mônica, Gerlânia Augustinho vive o desafio de cuidar de um bebê prematuro. Faz dois meses que ela acompanha a evolução do seu filho, Carlos Henrique. Contudo, a falta de uma assistência médica foi uma das causas do parto antes da hora da gestante.“Se eu tivesse feito o pré-natal, acho que teria segurado o meu filho mais um pouco, pois estaria sendo acompanhada por médicos e enfermeiras. Eles teriam me orientado e tirado as minhas dúvidas. Sem falar que não tive uma alimentação regularizada”, expôs a jovem. A pediatra Januse Barros destacou algumas das causas mais comuns de prematuridade. “Uma gestação geralmente dura de 37 a 42 semanas. Deste modo, todo bebê nascido cuja a gestação tenha durado menos de 37 semanas completas é considerado prematuro, e o que mais causa essa prematuridade é a gravidez de risco, hipertensão, gravidez antes dos 20 anos de idade, infecções congênitas, má-formação do bebê, entre outras”, explicou. Dados do Ministério da Saúde (MS) mostram, no entanto, que a cada dez bebês que nascem no Brasil, um é prematuro. A Sesau registrou 3.690 casos em 2019, já, em 2018, 4.545 foram contabilizados. Esses bebês geralmente nascem com baixo peso, problemas respiratórios e pouca imunidade. Por isso, precisam de atendimento especial. Na maternidade Santa Mônica, é na UTI Neonatal que eles têm a chance de sobreviver. Do começo deste ano até outubro, a unidade hospitalar atendeu 450 bebês prematuros. Entretanto, os cuidados com os recém-nascidos não é uma tarefa fácil, mas com empenho da equipe médica e apoio das famílias as chances de cura se multiplicam. Por fim, a pediatra Januse Barros pontua os cuidados especiais que se deve ter antes da gestação e após o nascimento do bebê prematuro. “Um acompanhamento de pré-natal adequado, ultrassom e avaliação periódica, orientações antes e depois da gestação, são indispensáveis para uma gravidez sem intercorrência”.