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Nº 5861
Cidades

Braskem inicia sondagem no leito da Lagoa Mundaú

Objetivo do procedimento é obter descrição detalhada dos sedimentos depositados no local

Por thiago gomes | Edição do dia 04/12/2019 - Matéria atualizada em 04/12/2019 às 06h59

/Sondagem é feita através de pequenos furos no solo do leito da lagoa para determinar a profundidade e a espessura da camada de sedimentos

A Braskem iniciou na manhã desta terça-feira (3) os procedimentos técnicos para fazer uma sondagem no leito da Lagoa Mundaú, no trecho entre os bairros do Mutange e Bebedouro, em Maceió. A intenção é fazer uma descrição detalhada dos sedimentos que ali estão depositados. Uma empresa de Porto Alegre, especializada neste tipo de serviço, foi contratada e vai produzir um relatório ao fim do serviço.

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – Serviço Geológico do Brasil indicou que esta região é uma das mais afetadas de Maceió pela extração de sal-gema feita durante décadas pela petroquímica. A empresa, inclusive, já anunciou a suspensão definitiva da exploração deste tipo de minério em Alagoas.

Para a sondagem, a empresa Geoprospec pretende instalar ainda esta semana uma balsa de pequenas dimensões (que mede 4 metros por 6 metros) sobre a lâmina d’água. Do equipamento flutuante será rebaixado um tipo de revestimento (classificado como uma ferramenta de sondagem) que deve alcançar o leito da lagoa. O método de sondagem é feito através de pequenos furos no solo do leito da lagoa, que permitirão a identificação da profundidade, a espessura da camada de sedimentos e a caracterização geológica até 6 metros abaixo da camada de lama. A Braskem quer ampliar o conhecimento geológico da região e o entendimento do fenômeno que vem ocorrendo no solo da capital alagoana, que tem provocado fissuras em imóveis e afundamento do solo. O responsável pelo estudo em Alagoas, geólogo André Rodrigues, explicou que, ao alcançar o fundo da lagoa, o equipamento vai avançar por seis metros para fazer uma coleta de sedimentos. “A intenção é fazer a descrição detalhada destes materiais a serem recolhidos. Este trabalho servirá para que possamos conhecer qual a estrutura sedimentar, ou seja, quais as camadas deste material que estão depositadas no fundo da lagoa”, informa. Ele acrescenta que o levantamento se trata de uma sondagem pontual. Serão, no total, 30 estudos parecidos que serão feitos em diferentes pontos da Mundaú, sempre com o mesmo propósito. “Pretendemos conhecer o tipo de sedimento para compreender se o tipo de material ali depositado é mais argiloso ou arenoso”. O trabalho tem previsão de durar duas ou no máximo três semanas. Ao todo, cinco profissionais da empresa de Porto Alegre estão em Alagoas para cumprir com o cronograma previamente estabelecido. Eles serão os responsáveis pela instalação da balsa, movê-la até o ponto a ser sondado, executar o serviço propriamente dito, fazer a coleta de sedimentos, catalogar, fazer a descrição detalhada em laboratório e elaborar o relatório que será entregue à empresa.

O estudo está licenciado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e acontece sempre de segunda a sábado, durante o dia. André Rodrigues garante que a sondagem é silenciosa, não provoca resíduos ou ondulação nas margens da lagoa. Essa ação faz parte dos estudos que estão em curso para esclarecer a situação geológica da região.

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