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Risco de queimaduras cresce nas festas juninas

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FÁBIA ASSUMPÇÃO Com a chegada das festas juninas, aumenta a possibilidade de surgirem vítimas de queimaduras provocadas pelo uso de fogos de artifícios e manuseio de fogueiras. A médica Conceição Soriano, do Centro de Tratamento de Queimados da Unidade de Emergência Armando Lages, afirma que graças às sucessivas campanhas de esclarecimento feitas em parceria com o Corpo de Bombeiros e o apoio da imprensa, o número de acidentes provocados por fogos de artifícios vem reduzindo nos últimos tempos. ?O que mais tem chegado aqui nos últimos anos são acidentes ocorridos na fabricação de fogos de artifícios, já que existem muitas fábricas clandestinas?, observa, embora este ano, até o momento, nenhum acidente dessa natureza tenha sido registrado no Estado. As queimaduras registradas ao acender fogueiras, por causa do uso do álcool, também sofreram uma grande redução, desde que foi tirado de circulação o produto em sua forma líquida e passou a ser vendido apenas em gel. Conceição alerta, no entanto, que os acidentes domiciliares continuam sendo o principal motivo de internação por queimaduras, tendo como principais vítimas as crianças. Dos 17 leitos do Centro de Tratamento de Queimados, 11 deles estavam ocupados por crianças ? algumas com apenas meses de vida ? os seis restantes por adultos. A maioria dos acidentes com crianças é provocada por situações que poderiam ser evitadas, a exemplo de panelas de sopa e água quente dispostas de forma errada sobre o fogão. Foi o que aconteceu com a pequena Cassandra, de dois anos e oito meses. Enquanto a mãe tomava banho, uma panela de sopa que se encontrava sobre o fogão caiu diretamente sobre suas costas. Há 10 dias, a mãe de Cassandra, Quitéria Alves dos Santos, acompanha a recuperação da menina no Centro de Tratamento de Queimados. ?Eu nunca deixo ela sozinha, mas foi um minuto enquanto estava tomando conta que o fogão virou e a sopa caiu sobre ela?. A médica Conceição Soriano ressalta a necessidade de conscientização da população de menor poder aquisitivo, cujas crianças são as principais vítimas desse tipo de acidente. Isso ocorre muitas vezes, porque a mãe precisa sair para trabalhar e não tem com quem deixar seus filhos. A médica acrescenta que casos de queimaduras podem ocorrer por diversos tipos de situação e geralmente são bastante traumatizantes. ?Dependendo da profundidade, as queimaduras deixam sérias cicatrizes e é necessário se fazer cirurgias reparadoras?. Em alguns casos, os pacientes precisam realizar fisioterapia e motora devido a seqüelas provocadas por queimaduras. O Centro de Tratamento de Queimados tem uma equipe multidisciplinar formada por clínicos médicos, pediatras, cirurgião plástico, fisioterapeutas e psicólogos. Acidentes Essa equipe se depara no dia a dia com situações bastantes conflitantes, como caso de pessoas que tentaram o suicídio ateando o fogo sobre o corpo ou pessoas que sofrem com epilepsia que, durante uma crise, são vítimas de acidentes com fogo. Num desses casos, o paciente teve o rosto totalmente transfigurado. O estudante Alysson Henrique sofreu queimaduras nas pernas, braços e no abdômen em virtude um acidente de trânsito. O acidente ocorreu em janeiro, quando, após uma colisão, o carro pegou fogo. Alysson conta que chegou a passar um tempo em casa, mais teve que voltar ao hospital. Segundo Conceição Soriano, Alysson sofreu queimaduras de terceiro grau e terá que fazer cirurgias reparadoras para recuperar as partes do corpo mais atingidas. Na ocorrência de queimaduras, a médica recomenda que a primeira medida a ser adotada é resfriar, com água corrente, o local atingido. E não usar qualquer tipo de produto sobre o local. ?O queimado deve ser encaminhado de imediato para o Centro de Queimados, para que possa ser avaliado o grau das queimaduras?. Em muitos casos, o tempo de internamento das vítimas de queimaduras é prolongado. Alguns pacientes chegam a ficar mais de seis meses no hospital. No caso de crianças menores de dois anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante o acompanhamento das mães durante todo o período de internamento, o que, em parte, facilita o processo de recuperação dela.

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