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Nº 5812
Cidades

Projeto transforma vida do sertanejo sergipano

O agricultor sergipano José Arimatéia, mais conhecido como Zé de Bida, tinha antes 80 tarefas de terra, quase 30 hectares, mas vivia na miséria; a caatinga não produzia o suficiente para a sobrevivência da família. Dependia da chuva, que é escassa no semi

Por | Edição do dia 17/03/2002 - Matéria atualizada em 17/03/2002 às 00h00

O agricultor sergipano José Arimatéia, mais conhecido como Zé de Bida, tinha antes 80 tarefas de terra, quase 30 hectares, mas vivia na miséria; a caatinga não produzia o suficiente para a sobrevivência da família. Dependia da chuva, que é escassa no semi-árido, e das doações de sementes de feijão e milho promovidas pelo governo do Estado. Com o Projeto Califórnia a situação mudou, apesar da propriedade ter encolhido. Hoje, Zé de Bida tem apenas 20 tarefas que o milagre da irrigação transformou em celeiro – ele produz a maioria dos produtos que consome: feijão, milho, verduras e frutas. O excedente é vendido nas feiras da região e Zé de Bida não se preocupa, porque o comprador vem buscar a produção na porta do sítio. Hoje, Zé de Bida já rejeitou ofertas tentadoras para trocar o lote. “Já me ofereceram uma propriedade com duzentas tarefas, cinco casas, curral e açude, e eu não quis. Não quis e não quero”, reagiu. A água no semi-árido faz a diferença e o importante não é a quantidade de terra, mas a área irrigada. Zé de Bida produzia, quando o ano era bom de chuva, uma safra de feijão; hoje produz três safras. Jamais imaginava que pudesse colher tomate, pimentão, quiabo e maxixe em plena caatinga e se deslumbra: “É milagre, graças a Deus”. O milagre que tem nome – irrigação – poderia se repetir do lado alagoano, mas falta muito. Ou melhor, falta o que Zé de Bida identificou quando a reportagem lhe perguntou o que faltava para Alagoas irrigar também o semi-árido: falta governo.

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