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Matan�a de menores quadruplica no 1� trimestre

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FÁBIA ASSUMPÇÃO Cento e vinte duas crianças, adolescentes e jovens entre um e 25 anos foram vítimas de homicídios em Alagoas, somente nos primeiros três meses deste ano. O número é quatro vezes maior que o registrado em todo o ano de 2002, que totalizou 32 homicídios nessa faixa de idade. Esses dados constam de um relatório sobre violência contra crianças, adolescentes e jovens de Alagoas divulgado, ontem, pelo presidente da Comissão dos Direitos da Criança, Adolescente e Jovem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), Gilberto Irineu. O relatório foi discutido durante reunião com representantes de diversas entidades ligadas à criança e ao adolescente e será entregue ao Conselho Estadual de Justiça e Segurança. Além da Comissão da OAB, outras entidades participaram da elaboração do relatório. Segundo Gilberto Irineu, o relatório teve como base os homicídios noticiados pelos três principais jornais em circulação no Estado, no período de 1º de janeiro a 31 de março deste ano. As entidades que participaram das discussões vão formar uma comissão e elaborar um documento final sobre a violência contra menores, que será encaminhado para o governador Ronaldo Lessa e o Conselho Estadual de Segurança e Justiça para adoção das medidas cabíveis. O documento será apresentado ao Conselho pelo padre Manoel Henrique, da Igreja Católica. Dos 122 homicídios, 100 foram praticados com armas de fogo; 12 por arma branca e 10 por espancamento com pauladas e pedradas. O que chama a atenção no relatório é que dos 82 homicídios registrados em Maceió, 32 ocorreram em bairros da periferia como Tabuleiro e Benedito Bentes. Outros 40 homicídios ocorreram no interior do Estado. Sete deles foram em confronto com policiais, além disso foram registradas execução de oito mulheres (duas delas vítimas de estupro) e foram mortos três adolescentes flanelinhas. Gilberto Irineu salientou que o nome de todos os menores e jovens vítimas de violência constam no relatório, para comprovar que não se trata de uma mera estatística. Para o representante da OAB, o aumento da violência contra menores e jovens em Alagoas reflete a ausência da área de assistência social, principalmente nos bairros da periferia. ?A miséria, a fome e o desemprego estimulam ações violentas?, observa Gilberto Irineu, defendendo a realização de ações integradas entre a polícia com as secretarias da área social e também com os agentes comunitários. Ele reforça que o descrédito no poder público e a certeza da impunidade, já que muitos crimes não foram e nem serão elucidados, aumenta ainda a incidência de casos de violência contra crianças, adolescentes e jovens. Outro dado importante constatado no relatório é que a maioria dos casos de violência contra jovens estão relacionadas com o uso de drogas.

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