Barragem de Xing� irriga 40 mil hectares em Sergipe
ROBERTO VILANOVA Canindé do São Francisco (SE) A Barragem de Xingó vai fornecer água para irrigar 40 mil hectares no semi-árido de Sergipe. É a ampliação do Projeto Califórnia, implantado na década de 1980 e, hoje, responsável pela transformação soci
Por | Edição do dia 17/03/2002 - Matéria atualizada em 17/03/2002 às 00h00
ROBERTO VILANOVA Canindé do São Francisco (SE) A Barragem de Xingó vai fornecer água para irrigar 40 mil hectares no semi-árido de Sergipe. É a ampliação do Projeto Califórnia, implantado na década de 1980 e, hoje, responsável pela transformação social e econômica dos municípios de Canindé e Poço Redondo. Dia 25 que vem o governo sergipano inaugura o novo sistema de captação dágua diretamente da barragem de Xingó. A irrigação vai se estender até Poço Redondo e, nessa etapa, o projeto denomina-se Califórnia/Curituba. A água será lançada por gravidade nos canais de irrigação, explicou o engenheiro Hamilton SantAnna. A empreiteira Noberto Odebrecht é responsável pela obra. A produção Com a irrigação, o semi-árido sergipano nas margens do Rio São Francisco transformou-se no novo mercado produtor de frutas, verduras e hortaliças. Somente no município de Canindé são vinte caminhões que partem por semana carregados com quiabo, mamão, melancia e banana para abastecer as praças de Aracaju e Salvador. Com a inclusão de mais de 40 mil hectares de terras no projeto Califórnia-Curituba, a perspectiva é de um aumento de 100% na produção agrícola dos dois municípios sergipanos, acrescentou o engenheiro Hamilton SantAnna. Os lotes já foram demarcados, variando entre o mínimo de quatro e o máximo de oito hectares, e o governo de Sergipe estipulou a cota mínima quadrimestral para a conta de energia elétrica. Satisfeito Antes era o esmo da caatinga rala, onde só o bode e o jegue resistiam às agruras da estiagem. Hoje, a paisagem em Canindé do São Francisco exibe a transformação urbana, com a expansão da cidade, e rural, com a formação de pequenas propriedades irrigadas com a água do Rio São Francisco. O agricultor Izaias Pereira de Jesus, com lote de seis hectares à margem da rodovia para Aracaju, festeja a nova vida. Ele colhe 50 sacos de quiabo por hectare, por semana, vende o quilo a 8 reais e lucra 4 reais por quilo.