Cidades
Demoli��o de barracas no Franc�s � suspensa

FÁBIA ASSUMPÇÃO O procurador regional da República, Delson Lyra, concedeu um prazo de 24 horas para que os donos de três barracas da Praia do Francês tentem obter uma liminar na Justiça federal, para suspensão de um mandado de reintegração de posse da área. As três barracas deveriam ter sido demolidas, ontem de manhã, mas houve resistência por parte dos proprietários e de alguns moradores da região, para o cumprimento do mandado, e a ação acabou sendo suspensa. Acompanhado de policiais federais e militares, o oficial de Justiça Gilmar Costa, chegou por volta das 8 horas, ao Francês, para o cumprimento do mandado de reintegração de posse, assinado pelo juiz federal Raimundo Campos. Segundo ele, os comerciantes foram notificados a cumprir, no prazo de dez dias, a determinação da Justiça. Como não cumpriram, as barracas seriam demolidas. De início, os proprietários das barracas não mostraram resistência e começaram a retirar seus pertences, para que as barracas fossem demolidas. Mas, com a chegada da imprensa e de algumas lideranças comunitárias e políticos de Marechal Deodoro, decidiram resistir à determinação. De mãos dadas, eles cercaram as barracas para impedir que fossem derrubadas pelas máquinas. Um dos comerciantes subiu na cobertura de uma das barracas, quando os operadores das máquinas começaram a se movimentar para iniciar a demolição. O clima ficou tenso e foi necessário reforçar o número de policiais. Surpresa O presidente da Associação dos Moradores do Francês, Iaênes Amorim, afirmou que os comerciantes foram pegos de surpresa, porque no dia anterior, o prefeito de Marechal Deodoro, Danilo Dâmaso, teria garantido que não haveria demolição na área. ?Se a gente soubesse que haveria isso, teria feito uma barreira na entrada da praia, para impedir o acesso dessas máquinas?. Ele explicou que os barraqueiros vão recorrer para que, se houver demolições, que sejam feitas de todas as barracas de uma só vez. O vereador Paulino Lopes Cavalcante (PRP) chegou ao local para tentar evitar as demolições. ?Estamos preocupados com o caos social que pode ocorrer aqui e, por isso, vamos tentar suspender, temporariamente, a determinação?. O clima ficou ainda mais tenso quando alguns comerciantes ameaçaram destruir as outras barracas da praia, caso apenas as três fossem demolidas. Oficiais do Centro de Direitos Humanos e Polícia Cidadã da Polícia Militar foram ao local, para tentar apaziguar os ânimos. Alguns comerciantes solicitaram reforço policial da área, temendo represálias, por parte dos que teriam as barracas demolidas. O gerente regional da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), José Roberto Pereira de Souza, explicou que as ações para demolição das barracas da Praia do Francês foi resultado de um trabalho realizado pelo órgão, há cerca de três anos, em relação à ocupação das áreas pertencentes à União. Segundo Roberto, foram identificadas várias irregularidades nas barracas, como o desrespeito do limite das áreas de marinha. De acordo com os comerciantes, ao todo existem 31 barracas na Praia do Francês. Todas elas são alvo de ação para desocupação da área.