O engenheiro civil Maurício Malta, especialista em Recursos Hídricos, disse, ontem, que a falta d’água em Alagoas está mais ligada ao desmatamento ocorrido ao longo dos últimos 40 anos no Estado. Ele explicou, ainda, que o processo de desflorestamento faz com que as nascentes que alimentam os rios reduzam o seu volume, que acaba impedindo o fornecimento de água no Estado. Maurício Malta fez questão de frisar que os responsáveis pelo desmatamento não têm consciência do prejuízo que estão causando ao meio ambiente. Ele cita o exemplo da indústria canavieira, apontada como principal vetor do desmatamento da zona da mata alagoana. Malta explicou que a indústria terá agora que reflorestar a área degradada, para com isso conseguir água para irrigação. “Eles têm que ter água para irrigação. E isso vai depender de um reflorestamento”, afirmou. Conforme informações do especialista, o Brasil tem 20% de água doce no mundo, tendo boa distribuição no Centro-Sul, e pior na Região Nordeste. “O Nordeste é o mais fraco em distribuição de água”, enfatizou. O engenheiro citou o problema dos rios Mundaú e Paraíba que estão trazendo terras de desmatamento e depositando no fundo das lagoas. Para resolver o problema, segundo ele, será preciso a realização de um trabalho de dragagem nos canais das lagoas. “Com isso, elas terão condições de se recuperar,” acentuou.