Cidades
Socorro! O patrim�nio hist�rico est� tombando

FÁTIMA ALMEIDA O desabamento de parte do teto da Igreja de Santa Maria Madalena (da Ordem de São Francisco), ocorrido na semana passada, em Marechal Deodoro, reascendeu a polêmica do descaso para com o patrimônio histórico em muitas cidades alagoanas. Prédios seculares que ilustram páginas da história da colonização brasileira curvam-se ao efeito do tempo e do abandono. Alguns viraram ruínas, outros foram tombados pelo patrimônio histórico nacional, estadual e municipal. De acordo com o Aurélio, tombar significa o ato do Estado de pôr sob sua guarda, para conservar e proteger bens móveis e imóveis cuja conservação e proteção sejam de interesse público, por seu valor histórico, ou artístico, ou arqueológico, ou etnográfico, ou paisagístico ou bibliográfico). Mas em algumas localidades a situação de peças tombadas pelo patrimônio é tão crítica que os moradores não resistem à irônica dicotomia que traz ao verbo tombar um outro sentido contrário: deixar cair. O grande problema não está no tombamento, que, em tese, traria benefícios ao patrimônio. Está, sim, na manutenção (ou na falta dela, melhor dizendo). ?A comunidade não sabe mais a quem recorrer para salvar o patrimônio. Uma parte é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, outra pelo Patrimônio Estadual, mas quem é e onde está esse tal ?patrimônio?, que não aparece para preservar esses bens??, questiona a professora Eleuza Galvão Rodas, de Marechal Deodoro. Faltam recursos De acordo com a arquiteta Manuela Ramalho, diretora da sub-regional/AL do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cabe ao órgão, vinculado ao Ministério da Cultura, assegurar a proteção do patrimônio tombado, fazendo intervenções quando o proprietário não tem condições. Mas na maioria das vezes faltam recursos. No município de Marechal Deodoro, o Iphan é responsável pela Igreja Santa Maria Madalena, Convento de São Francisco (conjugado, onde funciona o Museu D. Ranulfo) e Casa de Deodoro. A guarda do conjunto religioso é da Diocese de Maceió, que passou a administração à Sociedade Nossa Senhora do Bom Conselho, cuja sede, o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho (em Bebedouro), também está ?tombando? sob os maléficos efeitos do tempo e da falta de recursos para manutenção.