app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5859
Cidades Resíduos de agrotóxicos foram encontrados em diversos tipos de frutas e verduras

Alagoas está entre os estados que mais consomem agrotóxicos

Estudo realizado pela Anvisa encontrou resíduos acima do limite produzido em 23% dos alimentos avaliados

Por william makaisy | Edição do dia 13/12/2019 - Matéria atualizada em 13/12/2019 às 06h00

/Resíduos de agrotóxicos foram encontrados em diversos tipos de frutas e verduras

Em estudo divulgado na última terça-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para cultura em 23% dos alimentos avaliados entre os anos de 2017 e 2018. Alagoas figura entre os estados brasileiros com maior consumo de agrotóxicos na agricultura.

“O consumo de agrotóxicos na agricultura de Alagoas é alarmante, o que faz com que o estado de Alagoas figure entre os estados do Brasil que mais consomem agrotóxicos, levando em conta a relação tamanho do estado e o volume de agrotóxicos consumidos, Alagoas está entre os primeiros. E isso cobra seu preço, pois, quanto maior o consumo de agrotóxicos maior a possibilidade de riscos de intoxicação”, afirma o coordenador do Observatório de Estudos sobre a Luta por Terra e Território (Obelutte), Lucas Gama Lima.

Nos alimentos produzidos e consumidos em Alagoas e que possuem agrotóxicos estão listados o abacaxi, feijão, milho, melancia, quiabo, arroz, cana, goiaba, tomate, cebola e pimentão. Existem também as hortaliças, de alface, cebolinha, coentro. O estudo faz parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (Para). Segundo Lucas Gama Lima, os resultados do estudo da Anvisa são incompletos e preocupantes.Nos resultados do estudo, em 77% das análises foi constatada ausência de resíduos de agrotóxicos ou a presença de ingredientes ativos dentro do limite permitido. Já entre as 23% amostras onde foram vistas inconformidades, 17,3% tinham resíduos de ingredientes ativos não permitidos, 2,3% tinham ingredientes ativos acima do limite permitido, 0,5% apresentaram ingrediente ativo proibido no país e 2,9% tiveram mais de um tipo de inconformidade. De acordo com o Coordenador do Obelutte, vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Análise Regional (Gepar/Ufal), apesar da publicidade que o estudo dá ao tema, pela divulgação dos dados, nesse caso, se torna negativa por afirmar que a alimentação no país está segura após a realização do estudo. “Nós temos questionamentos aos resultados deste estudo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirma que a alimentação no país é segura depois desse estudo, mas, em primeiro lugar dos quase 500 ingredientes ativos registrados na Anvisa, ela apenas avaliou 270 substâncias em cada uma das culturas agrícolas, então como ela libera mais substâncias mas só examina um número bem menor?! E de acordo com o relatório 51% dos alimentos analisados têm algum tipo de resíduo de agrotóxicos, e isso é grave, mais da metade dos alimentos consumidos pela população estão envenenados”, explicou. Ainda de acordo com o professor, foi encontrado nas amostras, resíduos de um agrotóxico chamado carbofurano, produto proibido no Brasil. “Nas amostras foram encontrados resíduos de carbofurano, que é um produto já banido no Brasil, por se mostrar teratogênico e mutagênico, ou seja, isso mostra que as lavouras no Brasil ainda são marcadas pela aplicação de agrotóxicos que já foram banidos no nosso país, então estamos consumindo alimentos não permitidos no país. E é importante ressaltar, que o resultado desse estudo não leva em consideração os produtos processados industrialmente, somente produtos ‘in natura’ e isso é preocupante, é como se os agrotóxicos só estivessem presentes em produtos ‘in natura’, quando na verdade eles também se encontram em produtos processados”.

* Sob a supervisão da Editoria de Cidades.

Mais matérias
desta edição