Alagoas tem maior taxa do NE de violência contra crianças e adolescentes
Estado lidera ranking entre todos do Nordeste e ficou em sétimo lugar no País
Por Hebert Borges, com assessoria | Edição do dia 19/12/2019 - Matéria atualizada em 19/12/2019 às 07h06
Alagoas tem a maior taxa do Nordeste de violência física contra crianças e adolescentes a cada 100 mil habitantes. Os dados são do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), ligado ao Ministério da Saúde. A taxa de violência física contra essa parte da população alagoana é de 41,4 a cada 100 mil pessoas.
No País, o estado ocupa o sétimo lugar do ranking. Foram 1.398 casos de violência física contra crianças e adolescente em Alagoas no ano de 2017. Os estados que lideram o ranking são São Paulo (21.639 casos), Minas Gerais (13.325), Rio de Janeiro (7.853), Paraná (7.297) e Rio Grande do Sul (5.254). Respectivamente, esses dados representam 25,3%, 15,6%, 9,2%, 8,5% e 6,1% do total de registros naquele ano. Porém, a distribuição dos casos por grupo de 100 mil habitantes revela um cenário diferente.
Proporcionalmente, em 2017, a violência física foi muito mais comum na região Norte, que possui estados nos três primeiros lugares do ranking nacional: no topo, está Roraima, com 57 registros por 100 mil habitantes; seguido de Acre (50,1) e Tocantins (48,9).
MAIOR RISCO
Pelos dados do Sinan, as populações pediátricas em situação de maior risco à violência são os faixas de 10 a 14 anos (com 20.773 ocorrências em 2017) e de 15 aos 19 anos (44.203 notificações no período). Juntas, elas contabilizam 66.976 casos. Em 2009, esses dois segmentos somaram 9.309.
Entre 2009 e 2017, o volume de notificações em jovens de 10 a 19 aumentou sete vezes. Fica evidente que as crianças e adolescentes do sexo feminino são alvos preferenciais, sem grande variação ao longo dos anos. Em 2017, foram 53.101 notificações contra meninas, ou seja, 62,2% mais casos do que os registros contra garotos (32.169). Em 2009, as ocorrências envolvendo somente as jovens somaram 8.518 (61%). E
Em 2016, esse índice foi de 59% (41.065 ocorrências). Quanto às faixas etárias, o comportamento dos dados é semelhante, com uma tendência de evolução no tempo e a distribuição proporcional por grupos de idade se mantendo em percentuais parecidos.