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CRISE CHEGA A BARRACAS DE ERVAS MEDICINAIS NO MERCADO

Comerciantes contam ter dificuldades para venda e apontam secularização e crise como culpados Comerciantes contam ter dificuldades para venda e apontam secularização e crise como culpados Comerciantes contam ter dificuldades para venda e apontam secularização e crise como culpados AAComerciantes contam ter dificuldades para venda e apontam secularização e crise como culpados AAComerciantes contam ter dificuldades para venda e apontam secularização e crise como culpados Comerciantes contam ter dificuldades devido ao baixo movimento na região

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Apesar de as chuvas normalmente afugentarem os clientes, os vendedores de ervas visitados pela Gazeta ontem (19) não reclamavam do mau tempo. A tempestade maior ocorre faz tempo, e nos bolsos dos clientes. “Está ruim”, contou Kezia Pessoa da Paz, que administra uma simpática banquinha nos arredores do Mercado da Produção.

Vendedora há mais de 20 anos, Kezia todos os anos se anima para o período de festas na expectativa de um aumento nas vendas. Esse ano, contudo, a bonança não veio. Um categórico “muito” foi a resposta dada pela comerciante quando questionada sobre a intensidade da queda nas vendas.

Sambacaitá, pomadas anti-inflamatórias, garrafadas à base de vinho branco e gengibre eram alguns dos produtos expostos na banca de madeira, cuidadosamente enfileirados sobre as mesas ou pendurados. O fechamento de um supermercado próximo é um dos motivos apontados por Kezia para a queda nas vendas, mas ela não subestima o impacto da recessão.

“O pessoal não desce mais (para o Mercado). Vinham de passagem por aqui, depois de passar no supermercado ou quando desciam na estação de trem. Hoje em dia isso não existe mais”, contou com pesar.

Apesar de ter um estabelecimento com ponto alugado, mais próximo do Mercado e com maior circulação de pessoas, Edilson Silva não sente ter mais sorte que sua companheira. “Essa geração de agora não está ligando muito para isso de simpatia”, disse, acrescentando que não é muito de superstições ele próprio, mais jovem que Kezia. “Eu tomo lá meus banhos, acendo minha vela…”.

Pessoas iam e vinham o tempo todo do mercado, mas passavam sem dar muita atenção ao estabelecimento. Alguns paravam, normalmente para comprar ervas para chá ou mel, iguarias mais seculares. “Com essa crise, ainda por cima, tem que escolher bem com o que vai gastar o dinheiro”, analisa Edilson, enquanto enxota um gato da calçada.

Um banho com um misto de manjericão, alecrim, patchouli e arruda é a recomendação do vendedor para o fim do ano, “para limpar o espírito e virar o ano livre”. Uma vela também é uma boa, “para dar luz”. Nenhum dos dois, contudo, pretende abrir mão do negócio. “É a minha vida”, contou Kezia. “Não tem outra opção, outro lugar pra mim”. Edilson conta que tem uma família com tradição no ramo. “Meu irmão é raizeiro, tem uma banca mais na frente”, disse, acrescentando que também não pretende abrir mão do ofício, apesar do mau tempo.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

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